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Egito detém ao menos 500 em novo dia de protestos antigoverno
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Forças de segurança egípcias detiveram ao menos 500 manifestantes nesta quarta-feira, segundo dia de protestos pelo fim dos 30 anos de governo do presidente do país, Hosni Mubarak, informaram fontes do Ministério do Interior.
Entre os detidos estão 90 pessoas que protestaram na região da praça de Tahrir, no centro do Cairo, e 121 membros da organização islâmica Irmandade Muçulmana --oficialmente proibida mas, na prática, tolerada--, presos em Asiut, no sul da capital egípcia.
Mesmo após o governo proibir a realização de protestos, ativistas pediram à população que voltasse às ruas para pedir um fim ao governo do presidente após o "dia de ira" ocorrido na terça-feira, no qual protestos antigoverno se espalharam pelo país. Três manifestantes e um policial foram mortos em confrontos,
Nesta quarta-feira, milhares de pessoas desafiaram a proibição e retornaram às ruas do país, pedindo para que o Mubarak deixe o governo. Novos confrontos foram registrados.
Ben Curtis/AP | ||
Manifestantes empurram cabine de polícia em ponte sobre o rio Nilo; clique e veja galeria de imagens |
A polícia usou caminhões antimotim para dispersar uma multidão de cerca de 3.000 pessoas que havia se reunido nas proximidades do complexo de tribunais do Cairo, um dos locais onde as manifestações haviam começado no dia anterior.
Centenas de pessoas se reuniram também na porta do necrotério de Suez --cidade onde as mortes do dia anterior ocorreram--, demandando a liberação de um dos corpos, segundo testemunhas. Manifestantes disseram que a vítima foi morta por diversos tiros e pediram uma autópsia.
"O governo matou o meu filho", cantavam os manifestantes. "Oh, Habib, diga ao seu mestre, suas mãos mãos estão manchadas com nosso sangue", disseram, referindo-se ao ministro do Interior, Habib al Adli.
Centenas de manifestantes também se reuniram em frente ao sindicato de jornalistas do Cairo, onde as autoridades permitem protestos. A polícia atacou alguns deles com cassetetes quando tentaram furar um cordão de isolamento. Pessoas que estavam em prédios jogaram pedras contra os policiais.
Na madrugada desta quarta-feira, centenas de manifestantes já haviam ocupado a praça Tahrir, no Cairo. A polícia voltou a usar gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes --ação que acabou com um saldo de cerca de 150 feridos.
A polícia conseguiu tomar o controle da praça até o amanhecer, depois dos confrontos da madrugada. Os manifestantes tomaram ainda as principais estradas da capital.
"Saia, saia Hosni Mubarak",gritavam os manifestantes, depois de fugir da praça. Alguns jogaram pedras na polícia, que não poupou cassetetes para evitar que o local fosse retomado pelos manifestantes depois de dispersá-los com gás lacrimogêneo.
Cerca de 150 manifestantes ficaram feridos durante a operação policial, que se prolongou entre 1h e 3h da hora local (21h e 23h de terça-feira em Brasília) e que continuou com enfrentamentos e perseguições por ruas do centro da capital.
INÍCIO
Nesta terça-feira, milhares de pessoas se manifestaram em diferentes pontos do Cairo para exigir a queda de Mubarak, no poder desde 1981, o fim da lei de emergência e a realização de eleições limpas, se juntaram no centro da capital em uma concentração sem precedentes no país.
Os protestos haviam começado de forma pacífica, mas a situação degenerou depois que policiais utilizaram canhões de água, gás lacrimogêneo e golpes de cassetete.
Manifestantes revidaram jogando pedras e garrafas nos policiais e até mesmo invadindo veículos usados pelas forças de segurança.
O grupo de oposição Movimento 6 de Abril convocou em sua página na rede social Facebook novos protestos nesta quarta-feira "e depois, até a saída de Mubarak".
As forças de segurança disseram que os manifestantes não têm permissão para se reunir. "Nenhum movimento provocativo ou protestos ou organização de marchas ou demonstrações serão permitidos, e procedimentos legais imediatos serão tomados, e participantes serão entregues para autoridades de investigação", informou o Ministério do Interior, segundo a agência estatal.
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