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Discurso de Mubarak não satisfaz e egípcios voltam às ruas
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Cerca de 1.500 manifestantes passaram a noite na praça Tahrir, no centro do Cairo, e iniciaram na manhã desta quarta-feira o nono dia consecutivo de protestos pela queda do ditador egípcio, Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. Sem se impressionar com o discurso da véspera de Mubarak, em que prometeu não concorrer a um sexto mandato nas eleições de setembro, os manifestantes exigem a renúncia com uma mensagem clara: "Não sairemos, ele sairá".
O grito ecoava na praça que se tornou epicentro dos protestos e que reuniu ao menos 200 mil nesta terça-feira pelo fim do regime ditatorial na nação árabe.
Muitos dos manifestantes desta quarta-feira estavam acampados em tendas ou abrigados embaixo de cobertores, determinados a só deixarem o local após a queda de Mubarak.
Jim Hollander/Efe | ||
Egípcios se reúnem em torno de fogueira para resistir a mais uma noite na praça Tahrir em protesto |
Faixas de cerca de 20 metros de largura afirmam em vários cantos da praça "O povo exige a queda do regime", em inglês, ou "Vá embora", em árabe.
O Movimento 6 de Abril, grupo de jovens ativistas pró-democracia, disse que o discurso de Mubarak não foi suficiente. "Nós continuaremos nossos protestos na praça Tahrir e por todo país até que as demandas do povo sejam atendidas", disse em comunicado.
"As pessoas querem o fim do regime", completou.
O grupo Irmandade Muçulmana, o mais organizado grupo de oposição, também insistiu nesta quarta-feira em pedir a renúncia de Mubarak e avaliou que chega tarde o anúncio de que não buscará sua reeleição no pleito de setembro.
"Está claro que o presidente Mubarak ignora os pedidos do povo e da Irmandade com as outras forças opositoras", assegurou Gamal Nasser, um porta-voz do grupo opositor.
Mubarak, 82, anunciou na noite de terça-feira pela primeira vez seus planos com relação ao próximo pleito, em discurso que foi transmitido pela emissora pública de TV, no final de uma jornada de protestos em massa contra seu regime, que começou em 1981.
Ele disse que, "à margem das atuais circunstâncias", não tinha intenção de apresentar-se como candidato presidencial na próxima eleição e afirmou que adotaria uma série de passos para preparar "uma transição em paz".
"Por que Mubarak não disse isso antes?", questionou Nasser, antes de avaliar que o presidente é "muito obstinado" por não entender a mensagem das ruas. Segundo o porta-voz, a Irmandade Muçulmana seguirá participando das manifestações até que Mubarak deixe o poder.
Hannibal Hanschke-1.fev.2011/Efe | ||
Egípcios escutam discurso de Mubarak; promessas de não concorrer não satisfizeram manifestantes |
"É normal que os protestos continuem até que o presidente se vá, porque este é o primeiro pedido", acrescentou, antes de expressar a confiança em que "este período não vai durar muito".
Nasser se referia ao fechamento dos bancos, suspensão da maioria das atividades trabalhistas, interrupção da internet e atos de pilhagem que ocorreram nos últimos dias.
Muitas lojas seguiam fechadas nesta quarta-feira no centro do Cairo, mas alguns clientes afirmaram na terça-feira que vários caixas eletrônicos estavam funcionando normalmente.
Embora o serviço de mensagens por SMS estivesse funcionando de forma irregular, algumas mensagens de grande circulação estavam chegando aos seus destinatários. Uma delas, que chegou nesta quarta-feira, dizia: "As Forças Armadas estão preocupadas com sua segurança e bem-estar, e não recorrerão ao uso da força contra este grande povo".
OUTRO LADO
Mas as ruas foram ocupadas também por milhares de manifestantes pró-Mubarak, segundo a agência de notícias Associated Press, em aparente tentativa do governista Partido Nacional Democrático de reganhar fôlego em meio aos megaprotestos pela queda do ditador.
Jim Hollander/Efe | ||
Cerca de 1.500 manifestantes passaram a noite na praça Tahrir para manter protesto contra ditador |
O Exército teve que intervir nos confrontos entre cerca de 20 apoiadores de Mubarak de mil manifestantes antigoverno em Tahrir.
Os confrontos foram piores em Alexandria, onde centenas de manifestantes dos dois lados se enfrentaram, segundo imagens do canal de TV Al Jazeera. O jornal britânico "Guardian" diz haver relatos de ao menos 12 feridos.
Várias milhares de pessoas se reuniram também do lado de fora da mesquita Mustafa Mahmoud, no Cairo, com faixas com o rosto de Mubarak. Muitos carros que passavam ao lado buzinaram em aparente apoio. A polícia cercou o local e redirecionou o tráfego.
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