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Governista resiste a deixar pleito presidencial no Haiti
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LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO
A poucas horas da divulgação do resultado final do primeiro turno das eleições presidenciais do Haiti, o candidato oficialista Jude Célestin desafia seu partido, o Inité, e não abre mão de sua candidatura.
O país enfrenta uma crise política desde o surgimento de denúncias de fraude no primeiro turno do pleito, ocorrido em novembro do ano passado.
Segundo o resultado parcial, Célestin ficou em segundo lugar na corrida eleitoral, atrás da oposicionista Mirlande Manigat --passando assim ao segundo turno.
Partidários do terceiro colocado, Michel Martelly --eliminado por uma pequena margem de votos-- passaram a promover protestos violentos por todo o país, alegando fraude de Célestin.
A alegação foi respaldada por uma investigação independente da Organização dos Estados Americanos, solicitada pelo presidente René Préval.
Depois de sofrer grande pressão internacional, o partido oficialista Inité anunciou a retirada de Célestin do pleito, o que seria uma solução honrosa para o presidente Préval.
Porém, a lei eleitoral haitiana diz que um candidato não pode se retirar espontaneamente da corrida eleitoral. Baseando-se nesse argumento, Célestin deixou claro à comunidade internacional que não desistirá de sua candidatura.
A Folha apurou que ele não se retirará espontaneamente do pleito --pois isso seria uma admissão de culpa na fraude--, mas pode acatar uma eventual decisão do CEP (Conselho Eleitoral Provisória) que o impeça de disputar o segundo turno.
Contudo, embora formalmente independente, o CEP sofreria influência governista que pode influir na decisão, segundo opositores.
Partidários de Célestin já estariam exercendo forte pressão sobre o CEP por uma decisão favorável ao governo, segundo a rádio Métropole, de Porto Príncipe.
A comunidade internacional e a ONU temem que se o CEP mantiver hoje o resultado parcial do primeiro turno --com Célestin em segundo lugar--, o país possa sofrer nova onda de violência.
Já se o CEP decidir pela exclusão do candidato oficialista, a tensão deve diminuir.
O clima em Porto Príncipe ontem era de calma aparente, mas blindados de transporte de tropas da ONU já estavam estacionados em locais estratégicos, aguardando a divulgação da decisão.
O secretário da Segurança Pública, Aramick Louis, que tem status de ministro no Haiti, anunciou que todas as unidades da polícia do país já estão mobilizadas.
Temendo agravamento da crise política, parte da população está estocando alimentos, de acordo com a agência de notícias EFE.
Opositores do presidente Préval fizeram ontem uma manifestação exigindo que ele deixe o poder no próximo dia 7, como estabelece a lei haitiana, mesmo que um novo presidente não tenha sido eleito pela população.
Eles defendem que um governo provisório seja escolhido para substituir Préval até o segundo turno- previsto para 20 de março-, e a posse do novo presidente.
DITADOR
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU Navi Pillay ofereceu ontem ao Haiti apoio para processar o ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, o 'Baby Doc', que retornou ao país neste mês depois de 25 anos no exílio.
Ele é acusado de abusos de direitos humanos e desvio de US$ 7,3 milhões para uma conta na Suíça.
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