Polícia reprime protesto de desempregados na Argélia

Forças policiais argelinas reprimiram com dureza neste domingo uma concentração de desempregados de diferentes regiões do país diante do Ministério do Trabalho em Argel em protesto por suas precárias condições de vida e pela falta de expectativas trabalhistas, informou a imprensa local.

Após a repressão policial, um dos manifestantes, um jovem desempregado procedente da região de Ain Defla, ao oeste de Argel, jogou gasolina sobre seu próprio corpo e tentou queimar-se enquanto pedia o fim da "opressão" diante dos agentes, que conseguiram impedi-lo e o levaram ao hospital, afirmou o jornal "El Watan".

Cerca de cem desempregados, vindos de diferentes regiões do país, organizaram um protesto pacífico diante do Ministério do Trabalho para denunciar a falta de ações do poder público na geração de emprego.

As forças policiais utilizaram cassetetes e dissolveram o protesto, que deixou dois jovens feridos, segundo a imprensa local.

	Mohamed Messara/Efe
	Policial tenta conter manifestante durante protestos em frente ao Ministério do Trabalho em Argel

"Viemos para dizer que chega de opressão e nos responderam com porradas na cabeça" disse aos jornalistas o coordenador do comitê argelino de defesa dos direitos dos desempregados, Tahar Belabbes.

Posteriormente, as autoridades do Ministério do Trabalho receberam dois representantes dos manifestantes.

Belabbes explicou que eles reivindicam "trabalho e dignidade", assim como a cessação das "demissões abusivas e dos maus-tratos a que os desempregados argelinos são submetidos".

Os representantes dos desempregados disseram que funcionários do Ministério do Trabalho tomaram nota de suas reivindicações, mas não se comprometeram a atendê-las.