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11/02/2011 - 17h38

EUA veem novo homem forte do Egito como resistente a mudanças

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DA REUTERS, EM WASHINGTON
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Autoridades dos Estados Unidos veem o chefe do Conselho Militar egípcio, Mohamed Husein Tantawi, como um aliado empenhado em evitar uma nova guerra contra Israel, mas no passado o criticaram reservadamente por ser resistente a mudanças políticas e econômicas.

Tantawi, chefe do Supremo Conselho Militar que assumiu o controle do Egito na sexta-feira, após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, conversou por telefone em cinco ocasiões com o secretário americano de Defesa, Robert Gates, desde o início da crise, em 25 de janeiro. A última conversa ocorreu na quinta-feira à noite.

As relações com o Exército egípcio são tradicionais e importantes para Washington, que fornece cerca de US$ 1,3 bilhão por ano em ajuda militar ao país.

Mohammed Abed/AFP
Multidão comemora saída de Mubarak; ministro da Defesa deve chefiar governo egípcio
Multidão comemora saída de Mubarak; ministro da Defesa deve chefiar governo egípcio

Fontes do Pentágono se mantêm mudas a respeito das discussões entre Tantawi e Gates, mas o secretário de Defesa tem feito elogios públicos aos militares egípcios por serem uma força estabilizadora em meio à crise. Na terça-feira, Gates disse que os militares do Egito haviam dado "uma contribuição à democracia".

Mas, reservadamente, autoridades dos EUA caracterizam Tantawi como alguém "relutante com mudanças" e desconfortável com a ênfase americana no combate ao terrorismo, segundo um documento de 2008 do Departamento de Estado, divulgado pelo site WikiLeaks.

Tantawi, 75, serviu em três conflitos contra Israel - na crise de Suez, em 1956, e nas guerras de 1967 e 73.

O comunicado interno do Departamento de Estado dizia que o comandante estava "comprometido em prevenir que outra [guerra] aconteça um dia".

Apesar disso, diplomatas alertaram, antes de uma visita dele a Washington em 2008, que as autoridades dos EUA deveriam se preparar para encontrar "um Tantawi envelhecido e resistente a mudanças".

"Charmoso e cortês, ele está, não obstante, preso a um paradigma militar pós-Camp David, que tem servido aos estreitos interesses da sua corte nas últimas três décadas", dizia o documento, referindo-se ao acordo de paz entre Egito e Israel, assinado em 1979 na residência de veraneio da Presidência americana.

Washington há muito tempo cobrava mudanças no Cairo. Mas o documento afirma que Tantawi "tem se oposto tanto às reformas econômicas quanto políticas, as quais ele percebe como uma erosão do poder do governo central".

PRONUNCIAMENTO

O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito afirmou nesta sexta-feira que não pretende substituir "a legitimidade desejada pelo povo". A afirmação foi feita em breve comunicado na emissora de TV estatal poucas horas depois de o vice-presidente do país, Omar Suleiman, ter anunciado a renúncia do ditador Hosni Mubarak, que ficou 30 anos no poder.

No pronunciamento --que recebeu o título de "Comunicado número 3"--, os militares elogiaram Mubarak por renunciar "pelos interesses da nação" e disse que 'saúda os mártires' que perderam suas vidas nos 18 dias de protestos que pediam a saída do ditador.

Também cumprimentou Mubarak "por tudo o que deu ao país em tempos de guerra e paz, e por seu patriotismo, priorizando os mais altos interesses da nação".

Mohammed Abed/AFP
Garoto egípcio beija soldado após renúncia de Mubarak; Suíca congela bens de ex-ditador
Garoto egípcio beija soldado após renúncia de Mubarak; Suíca congela bens de ex-ditador

"Sabemos a extensão da gravidade e da seriedade desse assunto e as demandas do povo para iniciar mudanças radicais", dizia o texto. "O Conselho Supremo das Forças Armadas está estudando o tema para atingir as esperanças de nosso grande povo."

"O conselho irá soltar um comunicado detalhando os passos e procedimentos e diretivas que serão tomadas, confirmando ao mesmo tempo que não há nenhuma alternativa para a legitimidade aceitável pelo povo."

 

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