Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/02/2011 - 23h08

Presidente da Colômbia proíbe negociações de paz com as Farc

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reiterou nesta segunda-feira que seu governo não autoriza negociações de paz entre grupos humanitários e membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

"Digo com toda a clareza: o governo não autorizou ninguém, nem pensa em fazê-lo --que fique claro, ninguém-- para que realize nenhum tipo de contatos com grupos à margem da lei", disse Santos.

Segundo o presidente, "cada coisa tem seu momento e este não é o momento para esta discussão, muito menos para lançar propostas especulativas" sobre possíveis contatos ou autorizações dirigidas a contactar grupos ilegais para negociar a paz.

No domingo, em uma entrevista divulgada pelo jornal colombiano "El Tiempo", a ex-senadora e mediadora na entrega de vários reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Piedad Córdoba pediu autorização a Santos para que possa dialogar com os grupos rebeldes na busca por um processo de paz.

"A única coisa que quero é que o presidente me autorize para poder falar com as guerrilhas. Se fizer isso, garanto que haverá resultados", disse Córdoba.

Para Santos, "não há nada que mais afaste a paz do que estar permanentemente falando sobre ela", e por isso, disse, neste momento "devemos nos concentrar em construir condições de paz e reconciliação".

Em outra parte de seu discurso desta segunda-feira, o presidente colombiano foi enfático ao afirmar que no futuro "não haverá zonas desocupadas para os grupos violentos, nem zonas vedadas para a Força Pública", como estipula a lei da Ordem Pública, cuja vigência foi prorrogada pelo Congresso por mais quatro anos.

Entre outros assuntos, esta lei autoriza o governo a iniciar negociações com grupos armados ilegais.

De acordo com o presidente, qualquer esforço de diálogo ou de paz que seja realizado no futuro não trará consigo as mencionadas zonas nem proibirá a presença da Força Pública.

REFÉNS

Mais cedo o governo também sinalizou que a retomada das operações de resgate dos últimos dois de um grupo de seis reféns das Farc não deve ocorrer na terça-feira (15), como espera o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

A missão foi frustrada no domingo (13) devido a coordenadas erradas fornecidas pela guerrilha.

A missão conta com o apoio do Exército do Brasil, que integra as operações com helicópteros e soldados.

Eitan Abramovich/AFP
Helicópteros do Exército brasileiro participam das operações de resgate de seis reféns das Farc na selva da Colômbia
Helicópteros do Exército brasileiro participam das operações de resgate de seis reféns das Farc na selva da Colômbia

"Não é certo que a retomada de qualquer operação para a libertação de sequestrados tenha sido autorizada. O governo está à espera de um encontro com a CICV para receber toda a informação sobre o que aconteceu no dia de ontem [domingo], e só depois disso uma decisão será tomada em relação às operações", indicou em um comunicado a Presidência colombiana.

Mais cedo, chefe da delegação CICV em Bogotá, Christophe Beney, dissera em entrevista à emissora local Caracol Radio que a Cruz Vermelha e a ex-senadora Piedad Córdoba, mediadora das libertações, já tinham autorização do governo do presidente Juan Manuel Santos para "seguir adiante".

"Prefiro claramente seguir adiante e reconhecer a boa vontade do governo da Colômbia de continuar a operação", avaliou Beney, cujo organismo coordenou a missão humanitária que entre quarta-feira e domingo libertou quatro reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a bordo de helicópteros emprestados pelo Exército do Brasil.

OPERAÇÕES

Nas três fases realizadas nos dias 9, 11 e 13 de fevereiro, o grupo armado entregou os vereadores Marcos Vaquero e Armando Acuña, o infante da Marinha Henry López e o policial Carlos Alberto Obando Pérez.

Eitan Abramovich/AFP
Córdoba aparece ao lado de soldado do Brasil; missão queria resgatar seis reféns das Farc até o domingo
Córdoba aparece ao lado de soldado do Brasil; missão queria resgatar seis reféns das Farc até o domingo

No entanto, os responsáveis da missão não conseguiram resgatar o major de polícia Guillermo Solórzano e o cabo do Exército Salín Sanmiguel, devido a um suposto erro nas coordenadas que os guerrilheiros entregaram à ex-senadora.

Solórzano e Sanmiguel serão libertados em algum lugar do norte do Departamento [Estado] do Cauca, vizinho ao de Valle del Cauca, cuja capital é Cali, segundo relatou Beney.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página