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23/02/2011 - 13h11

Ex-general sérvio é condenado a 27 anos por crimes em Kosovo

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) condenou nesta quarta-feira a 27 anos de prisão o ex-general da polícia sérvia Vlastimir Djordjevic, que era julgado por crimes de guerra e lesa-humanidade contra albano-kosovares em 1999.

Os juízes consideraram o acusado o último responsável pela morte "de ao menos 724 civis, entre eles mulheres e crianças", como explicou o presidente do tribunal.

Rick Nederstigt/AFP
Foto de 19 de junho de 2007 mostra Vlastimir Djordjevic no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia
Foto de 19 de junho de 2007 mostra Vlastimir Djordjevic no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia

O julgamento contra Djordjevic começou em janeiro de 2009, coincidindo com o 10º aniversário dos fatos que embasam as acusações cometidas durante a guerra do Kosovo, entre eles assassinato, perseguição, tortura e deportação de milhares de albano-kosovares.

O veredicto marca o fim do último julgamento do tribunal relacionado com as atrocidades cometidas durante o conflito no Kosovo. Os cinco julgamentos incluíram alguns albaneses étnicos, mas, juntos, foram uma condenação da campanha de terror sérvia, que só terminou após ataques aéreos da Otan (Organização Tratado do Atlântico Norte) que abateram as forças sérvias e alvos estratégicos na capital, Belgrado.

O tribunal irã, no entanto, voltar ao conflito quando conduzir um julgamento parcial do ex-guerreiro separatista albanês e ex-premiê de Kosovo Ramush Haradinaj por supostos crimes contra os sérvios.

Djordjevic, 62, manteve-se em silêncio e piscou várias vezes enquanto o juiz Kevin Parker, que presidiu a sessão, anunciava a sentença.

Parker afirmou que forças sérvias, geralmente policiais controlados por Djordjevic, expulsaram ao menos 200 mil albano-kosovares de Kosovo e assassinaram mulheres, crianças e inválidos civis. Promotores disseram que cerca de 800 mil albaneses foram expulsos de Kosovo durante o conflito.

Em um massacre, em 26 de março de 1999, forças sérvias reuniram 114 homens e meninos em um celeiro, incluindo homens cujas cadeiras de rodas foram usadas para bloquear uma das saídas, de acordo com o julgamento. Os sérvios então atiraram contra o celeiro com balas disparadas de armas automáticas antes de atear fogo a ele, com todos dentro.

Em outro assassinato em massa, 45 membros da mesma família foram mortos, incluindo 32 mulheres e crianças que haviam se escondido em um café. "A polícia atirou granadas de mãos no café e abriu fogo contra eles", disse Parker.

O juiz disse ainda que Djordjevic teve um "importante papel" em tentar esconder mais de 800 mortes ao secretamente remover os corpos de Kosovo, algumas vezes em caminhões refrigerados, e enterrá-los em covas coletivas na Sérvia.

DEFESA

Djordjevic, que foi preso em 2007 em Montenegro, afirmou não ser culpado já que não estava no controle das forças sérvias.

"Eu não sabia, eu não tinha razão para saber que meus subordinados cometeram crimes generalizados contra a população albanesa", afirmou aos juízes durante o julgamento.

mas o tribunal rejeitou a defesa, dizendo que ele tinha "controle efetivo" da polícia e de outras forças sérvias. Disse ainda que ele foi um jogador crucial em um plano, liderado pelo ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, para expulsar os albaneses de Kosovo, província que, em 2008, declarou sua independência da Sérvia.

 

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