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24/02/2011 - 18h38

EUA negam envolvimento em extradição de criador do WikiLeaks

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os Estados Unidos negaram nesta quinta-feira qualquer envolvimento com a decisão da Justiça britânica de extraditar o criador do site WikiLeaks, Julian Assange, para a Suécia, onde enfrenta acusações de crimes sexuais. A defesa de Assange alega que a extradição à Suécia facilitaria uma posterior extradição aos EUA, onde Assange pode enfrentar dura sentença pelo vazamento de mais de 250 mil documentos diplomáticos.

"Apesar das afirmações ao contrário, os Estados Unidos não estão envolvidos nessa questão", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, em seu Twitter.

O australiano foi acusado de agressão sexual por duas mulheres suecas com as quais manteve relações sexuais durante uma estadia em Estocolmo no mês de agosto do ano passado. As duas mulheres o acusam, entre outras coisas, de havê-las forçado a manter relações sexuais sem preservativo.

Stefan Wermuth/Reuters
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chega ao tribunal Belmarsh Magistrates em Londres nesta quinta-feira
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chega ao tribunal Belmarsh Magistrates em Londres nesta quinta-feira

Ele afirma que as relações foram consensuais e acusa a Suécia de manter interesses políticos no processo, querendo desmerecer o trabalho do WikiLeaks. Ele está atualmente em liberdade assistida, após pagar fiança. Desde então, vive na mansão de um amigo em Ellingham Hall, 200 km ao leste de Londres.

Assange, que foi preso em 7 de dezembro no Reino Unido em cumprimento a uma ordem de prisão emitida pela Suécia, se encontra desde do dia 16 em liberdade condicional sob fiança e praticamente vive recluso na mansão de um amigo situada ao leste de Londres.

Mais cedo, o juiz britânico Howard Riddle, do tribunal de Belmarsh, decidiu que Assange pode ser extraditado para a Suécia. A acusação diz que esta é a única forma de Assange não fugir do interrogatório, já a defesa alega que ele não teria um julgamento justo no país.

"Devo ordenar que o senhor Assange seja extraditado para a Suécia", declarou Riddle, ao anunciar sua decisão. O australiano Assange, 39, ouviu a sentença com uma expressão pétrea, olhando fixamente para o centro da sala de audiência.

Os advogados de defesa anunciaram imediatamente sua intenção de apelar da decisão. "Vamos apelar", afirmou Geoffrey Robertson, um dos membros da equipe de defesa, que já havia anunciado sua intenção de esgotar todos os recursos disponíveis para evitar a extradição de seu cliente, ao afirmar que este não será submetido a um julgamento justo na Suécia, o que pode estender o processo por meses.

A sentença do magistrado ainda não é definitiva para o caso. O recurso será apresentado perante a Alta Corte de Londres.

Na saída do tribunal, outro advogado de defesa, Mark Stephens, disse estar otimista sobre as possibilidades de apelação e lembrou que Assange, no momento, não foi acusado formalmente de nada.

O juiz Riddle considerou nesta quinta-feira, no entanto, "altamente improvável que qualquer comentário tenha sido feito para interferir no caminho da justiça". "Estou certo de que não terão nenhum impacto nas decisões da justiça, aqui ou na Suécia", acrescentou o juiz.

Prevendo uma eventual extradição, o governo da Austrália pediu recentemente a seu colega sueco que garanta um julgamento justo para Assange.

Cerca de 20 partidários do fundador do WikiLeaks se reuniram nesta quinta-feira diante do tribunal com cartazes pedindo liberdade para ele. Alguns usavam roupas de cor laranja para lembrar os presos de Guantánamo, prisão americana para suspeitos de terrorismo --para onde os advogados de Assange dizem temer que ele seja enviado.

A justiça americana estuda há meses uma maneira de indiciá-lo formalmente, mas até o momento não conseguiu formular nenhuma acusação contra ele.

 

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