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Oposição lança nova batalha contra Gaddafi; países debatem crise
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A oposição lança nesta segunda-feira uma nova batalha contra o regime de Muammar Gaddafi na Líbia, no 14º dia de revolta popular contra o ditador. Enquanto os rebeldes se aproximam cada vez mais da capital Trípoli, último grande reduto de Gaddafi, ministros de Relações Exteriores de diferentes países vão se reunir em Genebra para discutir uma medida conjunta em resposta à crise humanitária no país árabe.
Neste domingo, rebeldes armados assumiram o controle de Zawiyah, a apenas 50 km de Trípoli. Já nesta segunda-feira, ao menos dois helicópteros das forças leais a Gaddafi foram derrubados perto da cidade de Misrata, a 200 quilômetros ao leste de Trípoli, segundo a rede de televisão Al Arabiya.
A Al Arabiya afirma que o primeiro helicóptero foi abatido antes de disparar e o segundo chegou a lançar três mísseis, que não causaram vítimas, antes de ser derrubado perto de Misrata, a terceira maior cidade do país.
Em meio aos confrontos e a resistência de Gaddafi em abandonar o poder, a ONU (Organização das Nações Unidas) disse estar preocupada com a segurança dos líbios e dos milhares de estrangeiros que tentam fugir da violência.
Navi Pillay, alta comissária da ONU para Direitos Humanos, acusou a Líbia (e outros países da região) de uso "ilegal e excessivo" de força na resposta aos protestos.
"Eu lembro a todos aqueles responsáveis que ataques sistemáticos e amplos contra a população civil podem ser classificados de crimes sob a lei internacional", disse Pillay na abertura da reunião do Conselho de Direitos Humanos, nesta segunda-feira, em Genebra.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton; chanceler russo, Sergei Lavrov; e a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, realizarão conversas bilaterais para coordenar reação à crise na Líbia. Eles devem falar do tema no fórum da ONU.
AÇÃO
Pillay disse que a resolução aprovada no sábado (26) pelo Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia deu à comunidade internacional uma "plataforma sólida para a ação".
A resolução determina sanções contra Gaddafi e outras autoridades líbias, determina embargo de armas e o congelamento dos seus bens e diz que a violenta repressão aos protestos deve ser avaliada pelo Tribunal Penal Internacional.
"Os direitos dos manifestantes devem ser acolhidos e aqueles que buscam asilo, os imigrantes e outros estrangeiros que fogem da violência devem ser protegidos", disse Pillay.
Cerca de 100 mil pessoas fugiram da violência na Líbia na semana passada, indo para a Tunísia e o Egito em uma crescente crise humanitária, informou a agência de refugiados da ONU afirmou no domingo.
"O Conselho [de Direitos Humanos] não deve relaxar a sua vigilância sobre a Líbia, enquanto a ameaça de represálias violentas contra civis ainda existir", disse Pillay.
A Assembleia Geral da ONU deve adotar o apelo unânime do Conselho de Direitos Humanos de suspender a filiação da Líbia no organismo com sede em Genebra, de acordo com Joseph Deiss, presidente da Assembleia em Nova York.
"A situação na Líbia é profundamente chocante e não podemos deixar de agir sobre a questão", disse Deiss, durante a conferência de Genebra nesta segunda-feira.
RESISTÊNCIA
Em entrevista à uma rede de TV da Sérvia, Gaddafi afirmou que as sanções não surtirão efeito.
"O povo da Líbia me apoia, pequenos grupos rebeldes estão cercados e nós iremos lidar com eles", afirmou o ditador, que acusa a rede terrorista Al Qaeda de estar pro trás dos protestos.
O filho de Gaddafi, Saif al-Islam, negou que seu pai possua contas no exterior.
"Somos uma família modesta e todos sabem disso", disse, em entrevista à rede ABC. "Eles estão dizendo que temos dinheiro na Europa, na Suíça. É uma piada", afirmou.
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