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Na TV, Gaddafi nega que haja manifestações pacíficas e culpa Al Qaeda
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 09h37.
O ditador líbio, Muammar Gaddafi, apareceu nesta quarta-feira ao vivo na televisão estatal em uma sala cercado por dezenas de partidários, que gritam palavras de ordem como "Você permanecerá grandioso". Ele negou que houve manifestações pacíficas contra seu regime e culpou jovens influenciados pela rede terrorista Al Qaeda de atacar as forças de segurança do país.
As imagens mostraram Gaddafi se aproximando de um palco, com longas cortinas vermelhas, de onde cantou o hino nacional. O discurso faz parte da celebração do 34º aniversário da proclamação do "governo do povo".
AFP/Libyan TV | ||
Imagem retirada da TV estatal líbia mostra ditador Muammmar Gaddafi discursando a apoiadores |
Gaddafi reiterou que não ostenta nenhum poder na Líbia, pois não é rei e nem presidente e que o país é governado pelas massas. "Eles estão tentando atacar e sabotar a revolução do povo de Gaddafi. Eles querem atacar a nacionalização do poder", disse o ditador. "Que gabinete eu posso deixar?"
"Os líbios estão em todo o mundo, comemorando a revolução com a cabeça erguida. Quando dizem que você é líbio, sabem que você é orgulhoso, livre".
As intervenções de Gaddafi são intercaladas com calorosos depoimentos de seus apoiadores, que gritam palavras de ordem em um microfone no fundo da sala. Uma mulher afirmou aos berros que Gaddafi não pode sair do poder e ficou tão alterada que lhe trouxeram um copo com bebida.
O ditador, que voltou a acusar a rede terrorista Al Qaeda pela crise, desafiou ainda as emissoras de TV internacionais a exibir as manifestações em apoio a ele. "Isto é um desafio. Nós os desafiamos também", disse.
Gaddafi afirmou ainda que metade das vítimas dos confrontos na Líbia são militares, "porque eles foram atacados", e pediu uma comissão de inquérito para descobrir os responsáveis.
Ele afirmou ainda que em Benghazi, centro da revolta da oposição, não houve manifestações pacíficas. "As pessoas atacaram os militares, os policiais", disse, acusando mais uma vez jovens que teriam sido drogados pela Al Qaeda.
Como são jovens, afirmou o ditador, eles não conhecem as leis e, portanto, não é possível negociar com eles. Também por serem jovens, eles são facilmente influenciáveis pelos terroristas da Al Qaeda a entrar em confrontos.
"Nós não podemos falar com eles, não podemos negociar com eles, não podemos chegar a um acordo com eles", disse Gaddafi.
DESAFIO
Gaddafi disse que as "gangues armadas" ameaçam ainda as empresas internacionais que atuam no país. "[Os funcionários] procuraram suas embaixadas e disseram que estão com medo porque estão sendo atacados por homens armados. E nem as embaixadas estão seguras", disse o ditador.
"A retirada destes funcionários é uma prova, uma prova sem contestação de que não há manifestações pacíficas na Líbia", repetiu Gaddafi por diversas vezes.
Ele alegou ainda que os rebeldes assustaram as companhias de petróleo e causaram a redução da produção nacional.
"Quem não acredita no que eu digo está convidado a vir à Líbia e verificar", afirmou o ditador, que desafiou a comunidade internacional a enviar uma missão para a Líbia e provar que são manifestações pacíficas.
Ele criticou ainda as sanções aprovadas no último sábado (26) pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e disse que a decisão foi tomada "com base em informações de agências que operam de fora da Líbia". "Isto está certo? Eles deveriam mandar uma missão. Eles está tomando decisões com base em informações erradas, fabricadas".
Gaddafi disse ainda que perguntou ao Brasil e aos outros países membros do Conselho porque votaram assim e, segundo ele, estes responderam que estavam inseguros de assinar a resolução até que as informações fossem confirmadas.
"Não é possível derrotar a Líbia. Lutaremos até o último homem, até a última mulher", disse Gaddafi, aos gritos de apoio da plateia.
CONTRA-ATAQUE
Mais cedo, em mais um dia de forte ofensiva, as tropas leais ao ditador líbio enfrentaram as forças rebeldes nas cidades de Brega --importante centro petrolífero-- e Ajdabiya, ambas no leste do país.
Há relatos contraditórios sobre a situação de Brega. Algumas fontes asseguram que a cidade caiu sob o controle das tropas de Gaddafi e outras apontam que foi recuperada por forças da oposição.
As forças do ditador líbio entraram na cidade de madrugada com vários tanques e artilharia pesada e ocuparam um bairro residencial, segundo testemunhas, que também relataram combates intensos no porto da cidade.
O médico Ayman al Moghrabi, ligado à oposição, disse que as tropas atacaram também o aeroporto de Brega. O jornalista líbio Faradj Maghrabi disse à rede Al Jazeera que o ataque contou com o apoio de aviões da Força Aérea e lança-foguetes RPG.
Um habitante identificado só como Mahmoud disse à rede de televisão Al Arabiya que 200 veículos militares começaram a rastrear a cidade para dar passagem a uma invasão geral e acrescentou que três aviões militares a serviço de Gaddafi aterrissaram no aeroporto desse povoado. Ele disse ainda que as tropas governamentais instalaram barricadas e estão controlando a passagem de veículos.
Segundo a rede Al Jazeera, dois batalhões do Exército líbio participaram da ofensiva governista e chegaram a ocupar parte da cidade e o aeroporto de Brega.
Testemunhas citadas pela agência de notícias France Presse dizem que ao menos duas pessoas morreram nos combates.
As forças do ditador realizaram ainda ataques aéreos contra a cidade de Ajdabiya, a 70 quilômetros ao leste de Brega.
Aparentemente o alvo dos ataques era um depósito de munições nas proximidades da cidade, que já havia sido bombardeado há dois dias. Moradores da região, no entanto, afirmaram que o alvo era uma base militar que caiu em poder dos rebeldes, a três quilômetros de Ajdabiya.
A Al Jazeera relata uma grande explosão em Ajdabiya. A rede, que cita um jornalista local, afirmou que observaram dois aviões sobrevoando a região, embora não tenha especificado qual é o tipo das aeronaves.
Essa ofensiva das forças leais a Gaddafi ocorre apenas 24 horas depois que o filho do líder líbio Seif el Islam negou em declarações ao canal britânico Sky News que o regime tivesse intenções de montar uma ofensiva em direção ao oeste do país.
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