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05/03/2011 - 18h48

Mercosul protagoniza "punhaladas pelas costas", revela WikiLeaks

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DA FRANCE PRESSE, EM MONTEVIDÉU

O Mercosul exibiu "importantes disputas e frequentes punhaladas pelas costas", e o Uruguai foi "vítima da falta de solidariedade" do bloco, estimou em 2006 a diplomacia dos Estados Unidos, segundo documentos do WikiLeaks divulgados pelo jornal uruguaio "El Pais" neste sábado.

"Argentina, Brasil e Venezuela" realizam "acordos bilaterais sem consultar os sócios pequenos", afirmou em novembro de 2006 o então encarregado de negócios americano no Uruguai, James D. Nealon, ao mencionar estes três países.

O diplomata afirmou que, apesar de "uma imagem de coesão", no Mercosul havia "importantes disputas e frequentes punhaladas pelas costas nos bastidores" e que o Uruguai "foi vítima da falta de solidariedade de seus sócios", como no longo conflito com a Argentina pela instalação da fábrica de celulose UPM (ex-Botnia), instalada sobre a margem leste do rio Uruguai, que marca a fronteira entre os dois países.

Por outro lado, em outubro de 2006 fracassaram as negociações por um TLC (Tratado de Livre Comércio) com os EUA, apesar do forte interesse do governo uruguaio, majoritariamente a favor do acordo. Nealon se referiu ao episódio dizendo que o Uruguai havia perdido "um oportunidade de ouro de revitalizar a economia".

Os documentos sobre o Uruguai divulgados pelo WikiLeaks nesta semana revelaram que o embaixador brasileiro, Eduardo dos Santos, advertiu em junho de 2006 a responsável de negócios interina da embaixada dos EUA, Linda González, que um TLC entre Uruguai e este país era "incompatível com o Mercosul".

Nealon observou em um documento enviado ao Departamento de Estado que a agenda do Mercosul, que considerava "como pouco mais que um fracasso", havia se "chocado" com a de seu país, sobretudo desde a aproximação da Venezuela ao bloco.

O diplomata explicou que "a imprevisibilidade dos líderes do Mercosul, [o ex-presidente] Néstor Kirchner da Argentina e Hugo Chávez, da Venezuela", "complicaram ainda mais a política" do bloco.

 

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