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Com atraso, momento do poder feminino chegou na América Latina
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DA EFE, EM BOGOTÁ
Embora com séculos de atraso, parece que o momento do poder feminino chegou à América Latina e ao Caribe, onde atualmente há três presidentes mulheres, uma primeira-ministra e três aspirantes a seguir seus passos.
Se alcançar os objetivos, a haitiana Mirlande Manigat será a 14ª mulher a governar uma região tradicionalmente machista e terá como companheiras as presidentes Cristina Fernández (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil) e Laura Chinchilla (Costa Rica), assim como a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar.
Mas outras duas mulheres anunciaram nas últimas 24 horas seu interesse em concorrer a Presidência: a mexicana Josefina Vázquez Mota e a guatemalteca Sandra Torres.
As aspirações de Torres, esposa do atual presidente da Guatemala, Álvaro Colom, topam com um artigo da Constituição guatemalteca que proíbe familiares até o quarto grau a se candidatarem à Presidência e o segundo de afinidade do líder que haja nesse momento.
Manigat, a quem seus partidários chamam de "Mamam" (mamãe), foi primeira-dama antes de ser candidata à Presidência, pois seu marido, Leslie Manigat, foi chefe de Estado do Haiti de fevereiro de 1988 até junho desse mesmo ano, quando foi derrubado por um golpe de Estado.
"Um dos pontos fortes da minha candidatura é o fato de que sou uma mulher e os haitianos pensam que após 200 anos de domínio masculino é tempo de passar o poder a uma mulher", declarou Manigat na segunda-feira passada em Miami.
Nesta terça-feira, Dia Internacional da Mulher, Manigat, em plena campanha eleitoral, voltou a honrar congêneres em Porto Príncipe, como fez a presidente Dilma no Brasil.
"No Dia Internacional da Mulher, quero ressaltar que a eliminação da discriminação de gênero e a valorização das mulheres e das meninas são estratégias indispensáveis para que alcancemos o êxito em nossa luta contra a pobreza", afirmou a primeira mulher que chega à chefia de Estado do Brasil.
Cristina Kirchner, escolhida nas urnas argentinas em 2007 como sucessora de Néstor Kirchner, com quem esteve casada até sua morte, em 2010, não fez declarações pelo Dia Internacional da Mulher, mas foi homenageada nesta terça-feira na Praça de Maio com comparações com Evita Perón, e pode buscar a reeleição no pleito deste ano, segundo diversas fontes.
A costa-riquenha Laura Chinchila, presidente desde 2010, considera que ter chegado à chefia de Estado em uma região como a América Latina "é um grande honra mas sobretudo uma possibilidade para seguir avançando a favor de uma agenda de igualdade de gênero", segundo disse à agência Efe por causa do Dia Internacional da Mulher.
A chilena Michelle Bachelet, que, após exercer a Presidência de seu país durante quatro anos com um alto nível de aprovação, assumiu em 2011 a direção da nova agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para a mulher, celebrou nesta terça-feira o dia em Monróvia com a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf.
Em sua mensagem institucional pelo novo Dia Internacional da Mulher, que em 2011 completa 100 anos, ressaltou: "Há cem anos atrás, só em dois países as mulheres podiam votar. Hoje, esse direito é praticamente universal e as mulheres agora são escolhidas para dirigir governos em cada um dos continentes".
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