Armados com pedras, homens atacam manifestantes no Egito

Um grupo de homens armados com pedras e pedaços de paus atacou nesta quarta-feira um grupo de centenas de manifestantes que protestavam por democracia na praça Tahrir, no centro do Cairo (Egito).

A TV estatal diz que os homens estavam armados com facas e espadas, informação que não foi confirmada pelas agências de notícias. A TV exibiu imagens dos confrontos, que teriam deixado dezenas de feridos.

Os agressores foram identificados como defensores do ditador Hosni Mubarak, deposto em fevereiro em uma revolta popular cujo epicentro foi a praça Tahrir. Os manifestantes reagiram, lançando pedras e se protegendo em barricadas improvisadas.

"Há algumas horas, os agressores pró-Mubarak nos atacaram e tentaram entrar na [praça] Tahrir, mas nós conseguimos afastá-los com paus e pedras. Tememos que eles voltem", contou Mouez Mohammed, jovem militante do movimento pró-democracia.

"Um grupo de gângsteres nos atacaram com pedras, eles pareciam estar querendo que a gente saia da praça", disse Gamal Hussein, 60.

"Eu vi duas pessoas feridas na cabeça, sendo levadas por pessoas", disse Ahmed Fathy, 40.

Muitos manifestantes que participaram da rebelião continuam acampados na praça Tahrir, para manter a pressão sobre os militares do governo de transição e garantir uma democracia.

Não havia sinal de qualquer presença das forças de segurança no local, com exceção de dois tanques do Exército que protegiam o Museu Egípcio. Mais tarde, contudo, militares chegaram para pedir que os manifestantes deixem o local.

Os confrontos ocorreram durante reunião do novo gabinete de governo com o Conselho Supremo das Forças Armadas para estudar uma lei que incriminaria a incitação ao ódio e que pode levar à pena de morte, informou a TV estatal.