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EUA veem ligação da Al Qaeda com australianos, diz WikiLeaks
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DA REUTERS, EM WASHINGTON
Diplomatas americanos recomendaram no ano passado que 23 moradores na Austrália fossem submetidos a restrições de viagens aéreas para os EUA, devido à suspeita de manterem contatos com militantes islâmicos no Iêmen, segundo um documento diplomático divulgado pelo site WikiLeaks.
Seis desses suspeitos citados na comunicação sigilosa de 21 de janeiro de 2010 são mulheres. As autoridades acreditam que a Al Qaeda iemenita estaria recrutando mulheres, por elas despertarem menos suspeitas em eventuais ações terroristas.
O documento afirma que todos os citados tinham uma possível ligação com a Al Qaeda iemenita ou com Anwar al Awlaki, um pregador islâmico nascido nos EUA e que tem envolvimento com o grupo.
Awlaki desperta grande preocupação para os EUA e outros serviços de inteligência ocidentais, já que ele estava ligado ao nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, preso por tentar explodir um avião americano no dia de Natal de 2009.
Também há suspeitas de contatos entre Awlaki e o major Nidal Malik Hasan, psiquiatra do Exército americano acusado de matar 13 pessoas em novembro de 2009 num quartel do Texas.
As autoridades acreditam que Awlaki, cujas mensagens foram transmitidas amplamente pela internet, sirva de inspiração para militantes anglófonos no mundo todo, e que ele também teria tido um papel operacional no frustrado atentado aéreo do Natal de 2009.
O telegrama da Embaixada dos EUA em Canberra foi enviado para Washington poucas semanas depois dos incidentes no quartel do Texas e no avião.
O documento, classificado como "secreto", diz que a Embaixada dos EUA em Canberra recomendava que 11 pessoas citadas no texto fossem colocadas numa "lista de exclusão aérea", o que significa que seriam proibidas de embarcar em qualquer aeronave com destino aos EUA.
As demais 12 pessoas citadas deveriam ser postas numa lista "selecionada", o que significa que estariam sujeitas a controles adicionais --possivelmente interrogatórios e revistas físicas-- se tentassem embarcar para algum avião que se dirigisse ao espaço aéreo dos EUA.
O documento acusa explicitamente todas as 23 pessoas de terem algum tipo de "associação" ou "conexão demonstrada" com Awlaki ou com a Al Qaeda na Península Arábica. No entanto, não fornece maiores detalhes sobre essas supostas conexões.
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