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09/03/2011 - 21h34

Apesar de alerta do governo, xiitas protestam na Arábia Saudita

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Cerca de 200 xiitas, gritando "Queremos liberdade!", protestaram no leste da Arábia Saudita nesta quarta-feira, mesmo após o governo ter alertado que o país tomaria medidas severas se ativistas fossem às ruas.

A manifestação em Qatif, feita por membros da minoria xiita no país, foi uma versão reduzida do planejado "Dia de Fúria" na sexta-feira para demandar a queda do regime, inspirados na onda de revoltas que atinge o mundo árabe.

O governo, que trabalha para reprimir os tumultos, acusa os xiitas de fora do país de estimular os protestos. A monarquia saudita pró-Ocidente preocupa-se com a possibilidade de os protestos abrirem brechas para mais apoio aos poderosos xiitas do Irã.

"O reinado não interfere nos assuntos de outros e não irá permitir que ninguém interfira em seus próprios assuntos", afirmou o príncipe Saud al Faisal nesta quarta-feira em uma coletiva de imprensa no porto de Jiddah. Usando uma figura de linguagem, ele disse que seu regime irá "cortar fora qualquer dedo" levantado contra o regime.

"Reforma não pode ser alcançada por meio de protestos. A melhor maneira de conseguir demandas é por meio de diálogo nacional", afirmou.

Enquanto a Arábia Saudita tem se mantido às margens das revoltas que atingem o resto do Oriente Médio, um robusto movimento tem crescido em seu pequeno vizinho, o Bahrein, liderado pela maioria xiita.

O Ministério do interior saudita reiterou na segunda-feira que demonstrações são proibidas no reino já que elas contradizem leis e valores islâmicos, e disse em um comunicado que as forças de segurança irão agir contra qualquer pessoa que tome parte delas.

O alerta --feito após cerca de cem xiitas terem feito um protesto na cidade de Hofuf (leste) no início do mês-- foi a última tentativa da Arábia Saudita de não ser palco de revoltas. Na semana passada, o governo anunciou um pacote econômico sem precedentes, de estimados US$ 36 bilhões, que irá proporcionar à população empréstimos de imóveis sem juros, assistência a desempregados e perdão de dívidas.

Em 24 de fevereiro, um grupo de influentes intelectuais pediram ao rei Abdullah, 86, que adote reformas políticas e sociais abrangentes. Eles disseram que mandatários árabes deveriam aprender com as revoltas na Tunísia, no Egito e na Líbia e ouvir a voz dos jovens descontentes. O grupo inclui renomados acadêmicos islâmicos, uma acadêmica, um poeta e um ex-diplomata.

Uma página no Facebook convocando para uma "Revolução Saudita 11 de Março" atraiu perto de 9.000 fãs. Mensagens postadas na página pedem por protestos em 11 e 20 de março e urge o povo a se reunir em mesquitas pelo país, incluindo Meca e Riad.

A página pede pela queda do regime e lista demandas, incluindo a eleição de um mandatário e membros da assembleia consultiva, conhecida como Shura.

 

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