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10/03/2011 - 22h23

União Africana indica grupo para atuar na crise líbia

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A União Africana (UA) formou um painel de cinco chefes de Estado que viajará à Líbia em breve para ajudar a atenuar as hostilidades no país do norte-africano, afirmou o Conselho de Segurança e Paz da UA na sexta-feira (horário local).

"A atual situação exige uma ação africana urgente para facilitar o fim imediato das hostilidades", afirmou em entrevista coletiva o comissário do Conselho, Ramtane Lamamra.

Lamara disse que o Conselho rejeitou qualquer forma de intervenção militar estrangeira na Líbia, onde os manifestantes exigem o fim do regime de 41 anos de Muammar Gaddafi. Os opositores tomaram parte do leste do país em meio ao aumento do combate contra as forças do governo.

RETOMADA

O anúncio do bloco africano chega horas após a TV estatal da Líbia anunciar que as forças fieis ao ditador Muammar Gaddafi retomaram o controle da cidade petroleira de Ras Lanuf --reduto rebelde mais avançado no leste do país-- e que o Exército agora se dirige para Benghazi, outro bastião dos opositores ao regime.

"A cidade de Ras Lanuf foi libertada dos grupos armados e em todas as instituições (da cidade) foram içadas as bandeiras verdes", anunciou a televisão.

Segundo a fonte, as forças líbias agora se dirigem para Benghazi, a segunda cidade mais importante do país. De acordo com comunicado lido pelo vice-ministro líbio de Relações Exteriores, Jaled Kaaim, em coletiva de imprensa em Trípoli, Ras Lanuf foi "totalmente limpa" (de rebeldes), assim como a refinaria e a planta petroquímica".

"Os confrontos foram muito duros", disse, antes de completar que "toda a cidade e seus arredores estão sob controle".

Continuando com a ofensiva para recuperar as cidades orientais do país, as forças fiéis ao regime utilizaram ataques aéreos e de artilharia para fazer os insurgentes fugirem dessa cidade petroleira estratégica, situada a 650 quilômetros de Trípoli.

FERIDOS

Ao menos quatro pessoas morreram na quinta-feira e 35 ficaram feridas em Ras Lanuf, indicou um funcionário do hospital de Brega.

Roberto Schmidt/AFP
Estilhaços voam pelo ar após uma explosão perto de rebeldes na cidade petrolífera de Ras Lanuf
Estilhaços voam pelo ar após uma explosão perto de rebeldes na cidade petrolífera de Ras Lanuf

Kaaim também disse que em Ben Jauad, perto de Ras Lanuf, a 450 quilômetros a oeste de Benghazi, as forças armadas conseguiram "limpar totalmente a cidade, e recuperar munição e armas".

Segundo a emissora estatal, tropas leais a Gaddafi "estão atualmente limpando a cidade de Brega", que caiu nas mãos de rebeldes na sexta-feira.

No caso de Zawiya, cidade situada a 40 quilômetros a oeste de Trípoli, "terminaram as operações militares e de segurança", disse o vice-chanceler.

Segundo testemunhas, os rebeldes continuavam no controle de Misrata, a 150 quilômetros de Trípoli, assim como de outras cidades do noroeste, particularmente na região de Jabal al Garbi, uma zona montanhosa.

Rebeldes também informaram um ataque aéreo em Brega, porto petrolífero 90 quilômetros a leste de Ras Lanuf, indicando que partidários de Gaddafi não está apenas impedindo o avanço dos opositores ao oeste, mas também atacando o coração do território dominado por eles.

PRESSÃO

Gaddafi e seus aliados perderam a legitimidade e devem renunciar para acabar com a violência no país, disseram o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta quinta-feira.

Em declaração conjunta enviada ao presidente do Conselho da União Europeia, Herman von Rompuy, os dois líderes pediram a preparação de planos para ajudar a rebelião líbia e disseram que poderiam incluir a imposição da restrição aérea sobre o território do país norte-africano.

"Está claro para nós que o regime (líbio) perdeu qualquer legitimidade que poderia ter. Para acabar com o sofrimento do povo líbio, Muammar Gaddafi e seus aliados devem sair", diz o comunicado.

Os líderes também pediram à União Europeia (UE) que reconhecesse o Conselho Nacional Líbio, que representa a revolta contra Gaddafi, como uma entidade política viável.

RESISTÊNCIA

A Líbia está se preparando para uma ação militar em larga escala para reprimir a rebelião e não irá se entregar "mesmo se as potências do Ocidente intervierem no conflito", disse nesta quinta-feira o filho de Gaddafi, Saif al Islam.

"Chegou a hora da libertação. Chegou a hora da ação. Estamos nos mexendo", disse ele à Reuters em entrevista dada em inglês.

Ao ser questionado se o governo estaria se preparando para ampliar sua campanha militar, ele disse: "O momento é agora. É o momento para agir (...). Demos a eles duas semanas (para negociações)."

"Jamais desistiremos. Jamais iremos nos entregar. Esse é o nosso país. Lutamos aqui na Líbia. O povo líbio nunca irá abrir as portas para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), jamais receberemos os americanos aqui. A Líbia não é um pedaço de bolo."

 

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