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Bill Clinton classifica eleições haitianas de "pequeno milagre"
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Emissário da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, o ex-presidente americano Bill Clinton saudou nesta quarta-feira a transição política haitiana, classificando-a de "pequeno milagre" e pediu que o novo presidente, o cantor popular Michel Martelly, governo com "transparência".
Clinton viajará na quinta-feira para o Haiti para se reunir em Porto Príncipe com o presidente eleito, que deve tomar posse em maio.
"Às vezes, estamos tão concentrados nos problemas que nos esquecemos de ver os pequenos milagres", disse Clinton ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
VENCEDOR PROMETE RECONCILIAÇÃO
O cantor Michel Martelly, vencedor das eleições presidenciais no Haiti, se comprometeu na terça-feira a aplicar as mudanças que a nação precisa e disse que trabalhará pela reconciliação no país caribenho, tomado por uma forte divisão política.
Em sua primeira aparição pública após o anúncio dos resultados preliminares do segundo turno das eleições, Martelly prometeu que será "o presidente de todos os haitianos" e que cumprirá a missão e o mandato que prometeu.
O artista alcançou 67,57% dos votos contra 31,74% de seu rival, a ex-primeira dama Mirlande Manigat, segundo os resultados preliminares anunciados na segunda-feira e que devem ser confirmados no dia 16 de abril.
Caio Guatelli-19.mar.11/Folhapress | ||
Cantor popular Michel Martelly, é o vencedor das eleições no Haiti, diz fonte do Conselho Eleitoral Provisório |
Os cidadãos "votaram pela mudança em nossas práticas políticas, em nossas opções econômicas e em nossa organização social", disse Martelly, que acrescentou que, com sua eleição, os que verdadeiramente ganharam foram "o Haiti, a democracia e as liberdades públicas".
Enquanto o cantor fazia tais promessas, sua oponente, Mirlande Manigat, denunciava a falsificação dos resultados do segundo turno por parte do Conselho Eleitoral Provisório (CEP).
Manigat questionou uma visita do presidente do CEP, Gaillot Dorsainvil, ao Centro de Tabulação de Votos (CTV) em véspera da publicação dos resultados e a qualificou de "oculta".
O objetivo da visita foi "falsificar os resultados" em "uma operação mafiosa (...) sem precedentes em nossa história", segundo a ex-primeira dama, que expressou seu desejo que estas práticas não se repitam em eleições futuras.
O líder eleito do Haiti defendeu deixar os "velhos diavos da política haitiana" no passado e para "olhar o futuro com todas as forças políticas".
MISSÃO DA ONU
Sobre as relações com a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), reiterou que trabalhará em um calendário para a saída do país das forças multinacionais, tal como tinha anunciado durante a campanha eleitoral.
Martelly garantiu que trabalhará para proteger as instituições e se comprometeu a dedicar seus esforços à criação de emprego, ao acesso à educação, à saúde e à justiça para todos.
O vencedor das eleições, que expressou seu desejo de trabalhar com a comunidade internacional em favor do bem-estar do Haiti, chamou os jovens desfavorecidos a "olhar o arco-íris da mudança prometido, da mudança".
Sobre as dificuldades que poderia ter para governar com um Parlamento dominado por outras formações, indicou que as relações com o legislativo serão geradoras de "resultados" e não de "conflito".
"Não nos elegeram para enfrentar-nos", assinalou Martelly, que acrescentou que "um homem só não poderá mudar o Haiti".
A publicação dos resultados foi bem recebida pela comunidade internacional e instituições como a União Europeia (UE), que destacaram sua importância frente à estabilidade política e à governança do país caribenho, assolado por um sismo em janeiro de 2010 que causou mais de 316 mil mortos, 300 mil feridos e 1,5 milhões de desabrigados.
A este panorama, se soma desde outubro do ano passado uma epidemia de cólera, com um saldo de quase 5.000 mortes e mais de 260 mil pessoas contaminadas.
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