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11/04/2011 - 19h02

Otan bombardeia região de Jafra; rebeldes rejeitam plano de paz

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Aviões de combate da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) bombardearam na noite desta segunda-feira a região de Jafra, a 600 km da capital Trípoli, de acordo com a agência oficial líbia Jana.

Os ataques chegam horas após os rebeldes líbios terem rejeitado um plano de paz negociado com líderes da União Africana (UA) e o ditador Muammar Gaddafi ter alertado para uma "resistência feroz" caso qualquer tipo de ação --incluindo de ajuda humanitária-- tente entrar em território líbio para acessar a cidade de Misrata.

Citando fontes militares, a agência indicou que os ataques atingiram "zonas militares e civis", mas não informou se houve mortes ou danos nas infraestruturas.

No entanto, as fontes afirmam que após o bombardeio, os habitantes da cidade saíram às ruas para denunciar "esta agressão dos colonialistas da Cruzada".

No domingo, os aviões dos aliados bombardearam algumas posições das forças leais ao ditador Muammar Gaddafi em Ajdabiyah e em Misrata.

Três dias antes, os mesmos aviões atacaram uma zona ao oeste da capital Trípoli.

RESISTÊNCIA FEROZ

A Chancelaria da Líbia ameaçou responder com "resistência feroz" a "aproximação do território líbio a pretexto de missão humanitária", e alertou ainda para a presença de soldados dispostos a defender a disputada cidade de Misrata, no oeste do país.

O ministério de Relações Exteriores "informou sobre o assunto o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), a União Africana e a União Europeia", divulgou a agência oficial líbia Jana.

"Os milhares de líbios que pegaram em armas desde o começo da agressão colonialista cruzada contra a Líbia estão dispostos a defender Misrata", acrescentou a Chancelaria, reafirmando que a Líbia não aceitará "nenhuma ajuda, com exceção a fornecida pela Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho".

REJEIÇÃO

Mais cedo, os rebeldes líbios rejeitaram o plano apresentado pela União Africana (UA) como solução de paz e que inclui um cessar-fogo imediato, anunciou o líder Mustafá Abdelkhalil durante coletiva à imprensa em Benghazi (leste).

"A iniciativa apresentada hoje está desatualizada. O povo pede a saída de Muammar Gaddafi e de seus filhos", declarou Abdelkhalil.

"Qualquer iniciativa que não leve em conta esta demanda não é digna de consideração", acrescentou.

"Gaddafi e seus filhos devem sair imediatamente se quiserem salvar suas vidas", insistiu.

Abdelkhalil deu as declarações após debates com uma delegação de presidentes africanos enviados pela UA para mediar um cessar-fogo, parte de um "mapa do caminho" aceito na véspera por Gaddafi.

O "mapa do caminho" da UA previa o fim imediato das hostilidades, o envio de ajuda humanitária e um diálogo entre as partes líbias como parte de uma transição.

A delegação da UA, integrada por vários líderes de países do continente, chegou mais cedo a Benghazi para a reunião. Pouco antes, os rebeldes haviam dito que estudariam o plano de cessar-fogo, que foi aceito ontem por Gaddafi, mas insistiram que o líder líbio deve deixar o poder e retirar suas tropas da região.

Segundo o responsável de paz e segurança da organização pan-africana, Ramtan Lamamra, o plano inclui a suspensão imediata dos confrontos, a criação de corredores humanitários para levar ajuda à população civil e o início de um diálogo entre as partes em conflito.

Youssef Boudlal/Reuters
Rebeldes observam destroços de carro atingido por ataque da Otan em Ajdabiyah
Rebeldes observam destroços de carro atingido por ataque da Otan em Ajdabiyah

MEDIAÇÃO

Neste domingo, a delegação de líderes africanos chegou a Trípoli para tentar mediar o conflito. A missão da UA é integrada pelos presidentes Amadou Toumani Turé (Mali), Jacob Zuma (África do Sul), Mohamed Ould Abdel Aziz (Mauritânia) e Denis Sassou-Nguesso (Congo), além do primeiro-ministro das Relações exteriores Henry Oryem Okello, que representa o presidente de Uganda, Yoweri Museveni.

Eles foram recebidos por Gaddafi em uma tenda de sua residência de Bab el Aziziya, e disseram que o ditador aceitou o "caminho" indicado para o cessar-fogo com os rebeldes. Gaddafi já violou um acordo de cessar-fogo feito no mês passado.

"A delegação do irmão líder [Gaddafi] aceitou o caminho que lhe apresentamos", disse o presidente sul-africano, em uma breve declaração aos jornalistas na residência Bab Al Aziziya do ditador líbio em Trípoli. "A solução proposta será detalhada em um comunicado", acrescentou, sem precisar quando o texto será divulgado.

"Este comunicado vai pedir que a Otan cesse seus bombardeios [na Líbia] com o objetivo de dar uma oportunidade de um cessar-fogo", completou.

O encontro ocorreu horas depois de a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) destruir taques do ditador líbio, forçando a movimentação das tropas do governo, que haviam avançado em direção ao leste.

Os termos do acordo de cessar-fogo ainda não ficaram claros --não se sabe se Gaddafi irá retirar suas tropas das cidades, como ordenam os rebeldes.

 

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