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Peru vive onda de racismo pós-eleição
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO
ENVIADA ESPECIAL A LIMA
Uma onda de racismo tomou conta da internet, dos jornais e das redes sociais peruanas diante da vitória do candidato de esquerda, Ollanta Humala, no primeiro turno do pleito presidencial.
Humala, que é de origem indígena, disputará o segundo turno no dia 5 de junho com a candidata Keiko Fujimori, de direita. Ela é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpre 25 anos de prisão por corrupção e violações de direitos humanos.
Na internet, blogs e o Facebook amanheceram lotados de xingamentos aos "cholos" (termo depreciativo para se referir a indígenas) e "índios" favoráveis a Humala.
"Porcaria de cholo, se você for presidente eu prefiro ser preso", dizia um internauta. "Ollanta é um índio de merda, e todos os pobres votam nele porque ele vai tirar o dinheiro das pessoas normais", afirmava outro.
Enrique Castro-Mendivil/Reuters | ||
Candidato presidencial Ollanta Humala foi comparado até com Hitler por suas raízes indígenas |
As manifestações eram semelhantes ao movimento no Twitter brasileiro contra os nordestinos que votaram na candidata Dilma Rousseff na eleição do ano passado.
Até os jornais peruanos entraram na guerra suja verbal. No editorial de ontem do jornal "Peru21", o diretor Fritz du Bois afirma: "É tão evidente a tentativa de Humala de se branquear e se apresentar como moderado, que é difícil dar resultados".
No diário "Correo", o diretor ultraconservador Aldo Mariátegui foi mais longe e disse que "já começou a operação de pentear o macaco".
Mais adiante, comparou Humala ao ditador alemão Adolf Hitler. "Isso me lembra quando a direita alemã tentou domar Hitler e o nomeou chanceler junto com o centrista Papen", escreveu. "A "lulificação" de Humala (...) não passa de uma miragem."
A onda de ofensas levou Gastón Acurio, o mais famoso chef peruano e um ídolo no país, a pedir calma em sua página no Facebook.
Os ataques a Humala geraram reações na parcela de centro-esquerda da população, que não votará em Keiko por considerá-la autoritária como seu pai -em um "autogolpe", Fujimori fechou o Congresso em 1992.
"Temos de escolher entre perder nosso dinheiro [com Humala, por causa da estatização da economia] ou perder nossos valores [com Keiko, por causa da corrupção]", disse o publicitário e escritor Gustavo Rodriguez.
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