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15/04/2011 - 06h45

Ministro francês admite que ação na Líbia vai além da resolução da ONU

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DA FRANCE PRESSE
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ministro da Defesa da França, Gerard Longuet, reconheceu nesta sexta-feira que a coalizão ocidental está indo além do que a resolução 1973 da ONU estipulava sobre a intervenção na Líbia.

Ao ser questionado em uma entrevista na TV francesa se a coalizão estava indo além da resolução da ONU, Longuet respondeu: "da resolução 1973 seguramente, pois ela não mencionava o futuro de Gaddafi".

A declaração de Longuet surge um dia após os líderes da França, Estados Unidos e Reino Unido --Nicolas Sarkozy, Barack Obama e David Cameron-- terem afirmado em um artigo conjunto que é impossível um futuro para a Líbia com o ditador Muamar Gaddafi no poder.

"Mas acredito que se três grandes países dizem o mesmo, é importante para as Naçõess Unidas e talvez um dia o Conselho de Segurança adote uma nova resolução", declarou Longuet.

No texto, os três líderes destacaram a necessidade de dar prosseguimento às operações militares para acelerar sua partida e permitir uma transição.

"Não se trata de afastar Gaddafi pela força. Mas (...) é impensável que qualquer um que queira massacrar seu povo desempenhe um papel no futuro governo líbio", escrevem os presidentes francês e americano e o primeiro-ministro britânico nos quatro jornais.

"Isso condenaria, além disso, a Líbia a ser não apenas um Estado pária, mas também um Estado falido", prosseguem os três dirigentes no artigo que será publicado pelos jornais "Le Figaro" (França), "Times" (Reino Unido), "International Herald Tribune" (EUA) e "Al Hayat" (jornal árabe internacional), estimando que "qualquer compromisso que mantenha (Gaddafi) no poder se traduziria por mais caos e anarquia".

Para acelerar a saída do ditador líbio, Obama, Cameron e Sarkozy consideram que "a Otan e os parceiros da coalizão devem manter suas operações, para que a proteção aos civis seja mantida e que a pressão sobre o regime aumente".

"Então poderá começar a verdadeira transição de um regime ditatorial para um processo constitucional aberto a todos, com uma nova geração de dirigentes", acrescentam eles.

Se consideram que a ONU e seus membros deverão "ajudar o povo líbio a reconstruir os que foi destruído por Gaddafi", os quatro líderes lembram, no entanto, que "é o povo líbio, e não as Nações Unidas, que escolherá sua nova Constituição, elegendo novos dirigentes e escrevendo o próximo capítulo de sua história".

Apesar de repetirem que "Gaddafi deve partir definitivamente" para permitir a transição, Cameron, Sarkozy e Obama pedem de imediato "o fim real da violência que se traduz por atos, não por palavras" e estimam que "o regime deve se retirar das cidades que cerca (...) e fazer retornar seus soldados às casernas".

GADDAFI APARECE EM TRÍPOLI

O ditador líbio, Muammar Gaddafi, apareceu nesta quinta-feira em um carro nas ruas de Trípoli, durante os mais recentes ataques da coalizão internacional na cidade, anunciou a emissora estatal líbia.

Usando um chapéu e óculos de sol pretos, em um veículo SUV conversível que circulava devagar, Gaddafi cumprimentou as pessoas levantando os punhos, segundo as imagens divulgadas na televisão.

Libyan State TV/Reuters
Imagem de TV mostra ditador líbio, Muammar Gaddafi, nas ruas de Trípoli durante ataques aéreos
Imagem de TV mostra ditador líbio, Muammar Gaddafi, nas ruas de Trípoli durante ataques aéreos

O carro de Gaddafi era escoltado por outros veículos nos quais havia guarda-costas. Em um dado momento, seu automóvel quase parou e dezenas de pessoas aproximaram-se para aclamar o coronel. Um homem sentado no banco da frente colocou a cabeça para fora do carro e gritou: "Deus, Líbia, Muammar e nada mais".

A emissora líbia afirmou que a saída de Gaddafi ocorreu "sob os ataques aéreos dos agressores colonialistas cruzados".

Segundo jornalistas da France Presse, vários aviões sobrevoaram Trípoli nesta quinta-feira, onde foram ouvidas fortes explosões, seguidas de disparos de defesa antiaérea.

 

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