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01/05/2011 - 07h59

Leia relato da freira cuja cura de Parkinson foi atribuída ao papa

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DE SÃO PAULO

A freira francesa Marie Simon-Pierre, 50, está no centro da beatificação de João Paulo 2º neste domingo. Foi ela quem recebeu o milagre atribuído ao papa e que permitiu à Igreja Católica torná-lo bento.

Alberto Pizzoli/France Presse
Freira Marie Simon-Pierre (centro) foi alvo do milagre atribuído a João Paulo 2º e que o tornou beato
Freira Marie Simon-Pierre (centro) foi alvo do milagre atribuído a João Paulo 2º e que o tornou beato

Leia seu relato ao site oficial da causa pela beatificação

"Estava sofrendo de mal de Parkinson. A doença foi diagnosticada em junho de 2001. Toda a metade esquerda do meu corpo fora afetada, o que me causava sérias dificuldades por eu ser canhota.

Passados três anos, os sintomas se agravaram: comecei a piorar dia após dia. Não conseguia mais escrever, não conseguia mais dirigir o carro a não ser em percursos muito curtos. Estava exausta.

Desde o diagnóstico, tinha dificuldade para ver João Paulo 2º na televisão. Mas me sentia muito próxima a ele em minhas orações e sabia que ele seria capaz de compreender o que eu vivia. Admirava sua força e coragem.

Em 2 de abril de 2005, o anúncio da morte de João Paulo 2º fez com que meu mundo desabasse: havia perdido o amigo que me compreendia. Surgiu-me a sensação de um grande vazio --mas ainda tinha a certeza de Sua presença viva.

Em 1º de junho, eu já não aguentava: levantar-me e caminhar era uma luta. No dia seguinte, procurei minha superiora e lhe solicitei que me dispensasse do trabalho. Ela me pediu que resistisse até a festa da ascensão em Lourdes, em agosto, e acrescentou: "João Paulo 2º ainda não disse sua última palavra".

Depois da oração noturna, passei pelo meu escritório antes de me recolher a meu quarto. Senti o desejo de apanhar uma caneta e escrever, como se me instruíssem a fazê-lo. Eram 21h30 ou 21h45.

Minha caligrafia estava perfeitamente legível: surpreendente! Acomodei-me em minha cama, atônita.

Eram passados exatos dois meses do retorno de João Paulo 2º à morada do Pai.

Acordei às 4h30, espantada por ter conseguido dormir.

Levantei-me rapidamente; meu corpo já não estava dolorido, a rigidez tinha desaparecido; e eu não me sentia mais a mesma, interiormente. Mais tarde, dei-me conta de que, enquanto caminhava, meu braço esquerdo se movia; já não permanecia imóvel, encostado ao corpo.

Em 7 de junho, meu neurologista se surpreendeu ao constatar a repentina desaparição de todos os sintomas da doença. No dia seguinte, a superiora-geral da ordem comunicou a toda a comunidade a graça concedida a nós.

Já se passaram dez meses desde que interrompi toda espécie de tratamento. Retomei o trabalho normalmente e não tenho dificuldade alguma para escrever ou guiar. A sensação é a de que renasci.

Hoje afirmo que o amigo que deixou nossa Terra continua muito próximo de meu coração. Que o Senhor tenha me concedido viver, por intercessão de João Paulo 2º, é um grande mistério; mas nada é impossível para Deus."

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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