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01/05/2011 - 08h54

Bento 16 abre procissão diante do caixão de João Paulo 2º

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Bento 16 abriu neste domingo a procissão diante do caixão de João Paulo 2º, instalado dentro da Basílica de São Pedro, ao fim cerimônia de beatificação do papa polonês.

Entenda o processo de beatificação
Veja cronologia de João Paulo 2º
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Leia o especial sobre a beatificação de João Paulo 2º

Pouco depois de dar a comunhão a um grupo de fiéis e de saudar, em sete idiomas, os milhares de peregrinos presentes, o pontífice liderou a procissão em homenagem ao novo beato.

Instalado diante do altar central, cercado por flores amarelas, a cor do Vaticano, o caixão de madeira clara de João Paulo 2º, que não foi aberto, tem uma Bíblia aberta em cima.

Bento 16 rezou em silêncio ante o caixão do antecessor, com o qual colaborou por 23 anos como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

O caixão de João Paulo 2º foi retirado na sexta-feira de sua sepultura nas grutas do Vaticano e colocado este domingo na basílica vaticana para veneração.

Alberto Pizzoli/France Presse
Eclesiastas oram diante do caixão de João Paulo 2º, que irá para a capela de São Sebastião na segunda
Eclesiastas oram diante do caixão de João Paulo 2º, que irá para a capela de São Sebastião na segunda

Depois de Bento 16, os cardeais seguiram em procissão para o centro da basílica para venerar o caixão. Em seguida será a vez dos chefes de Estado e de Governo.

Mais tarde a multidão poderá prestar suas homenagens, começando pelos enfermos e deficientes. As portas da basílica permanecerão abertas até o "último peregrino", segundo a Santa Sé.

Na segunda-feira à noite, o caixão será colocado definitivamente na capela de São Sebastião, ao lado da capela onde está localizada a célebre estátua Pietà de Michelangelo, na ala direita da Basílica de São Pedro.

A placa de mármore que cobria o túmulo nas grutas vaticanas será enviada para a Cracóvia, para ser utilizada na construção de uma nova igreja, que será erguida em nome do papa polonês.

BEATIFICAÇÃO

Seis anos após sua morte, João Paulo 2º foi proclamado beato neste domingo pelo seu sucessor, em uma cerimônia assistida por mais de um milhão de pessoas na praça de São Pedro.

Há cerca de mil anos um papa não beatificava seu antecessor, segundo o Vaticano. Bento 16 afirmou que ele "tinha a força de um gigante" e enfrentou "sistemas políticos e econômicos", como o marxismo e a ideologia do progresso, para cumprir o desafio de viver a fé sem medo.

"Sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem. Com essa mensagem, que é a grande herança do Concílio Vaticano 2º e de seu timoneiro, Paulo 6º, João Paulo 2º conduziu o povo de Deus ao Terceiro Milênio", afirmou o papa Ratzinger.

Claudio Onorati/Efe
Papa Bento 16 oficializa beatificação de seu antecessor, João Paulo 2º, em cerimônia na praça São Pedro
Papa Bento 16 oficializa beatificação de seu antecessor, João Paulo 2º, em cerimônia na praça São Pedro

O pontífice acrescentou que "aquela carga de esperança que fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo 2º legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança, de viver na história com um espírito de advento, com uma existência pessoal e comunitária orientada a Cristo, plenitude do homem".

Bento 16 lembrou ainda a famosa frase de João Paulo 2º: "Não temais, abri de par em par as portas a Cristo!" e afirmou que Karol Wojtyla "abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, enfrentando com a força de um gigante, com a força dada por Deus, uma tendência que parecia irreversível".

Sobre o processo de beatificação, um dos mais rápidos da história, o papa afirmou que já no dia do funeral de Wojtyla, em 8 de abril de 2005, podia se perceber seu "perfume da santidade", e que o povo de Deus manifestava de muitas formas sua veneração.

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UM MILHÃO

João Paulo 2º foi proclamado beato na festividade da Divina Misericórdia, instituída por ele para honrar o culto impulsionado pela santa Faustina Kowalska, uma religiosa da qual se considerava discípulo.

A cerimônia foi assistida por mais de um milhão de pessoas, entre elas cerca de 100 mil fiéis procedentes da Polônia, assim como milhares de pessoas procedentes de todo o mundo, que aplaudiram por vários minutos quando, às 10h38 locais (5h38 de Brasília), ele foi elevado à glória dos altares.

Na fachada principal da Catedral de São Pedro foi colocado um retrato gigante do novo beato, no qual ele pode ser visto sorrindo. Bento 16 estipulou que a festa litúrgica do novo beato será celebrada em 22 de outubro, aniversário do início de seu Pontificado (1978).

Vincenzo Pinto/France Presse
Padres se reúnem na praça São Pedro, no Vaticano, para acompanhar a beatificação de João Paulo 2º; veja mais imagens
Padres se reúnem na praça São Pedro, no Vaticano, para acompanhar a beatificação de João Paulo 2º; veja mais imagens

Após a proclamação, as câmeras de televisão enfocaram o caixão do papa Wojtyla, colocado perante o Altar Maior da Basílica de São Pedro para sua veneração pelos fiéis.

Tobiana, a freira polonesa que cuidou de João Paulo 2º em seus últimos anos de vida, e Marie Simon Pierre --freira cuja cura de maneira inexplicável para a ciência do mal de Parkinson originou o processo de beatificação de "João de Deus"-- levaram até o altar maior um relicário com uma pequena ampola com sangue de Wojtyla.

Leia o relato da freira francesa sobre o milagre

Em seus seis anos de Pontificado, Bento 16 proclamou 34 santos e quase 600 beatos, em sua maioria espanhóis.

Delegações de 87 países assistiram à cerimônia, incluindo o Brasil, cinco casas reais, entre elas a da Espanha, e 16 chefes de Estado, entre eles os de México e Honduras.

 

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