Plateia da beatificação de João Paulo 2º causa polêmica

Pelo menos dois convidados especiais que compareceram à beatificação do papa João Paulo 2º hoje em Roma causaram alguma polêmica nos meios de comunicação italianos.

Primeiro, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que está no poder desde 1980 (primeiro como primeiro-ministro, depois como presidente) e é acusado de diversas violações de direitos humanos no país. Ele está banido de visitar países da União Europeia, mas a Itália permitiu que ele pousasse em seu solo porque ele está a convite do Vaticano --que é uma cidade-Estado soberana e não faz parte do bloco de países europeus.

A outra saia justa foi a presença da estrela doméstica de escândalos: o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que anda às voltas de acusações de corrupção de menor em orgias particulares. Ele ficou o tempo todo ao lado do presidente italiano, Giorgio Napolitano --que tem um cargo mais figurativo do que executivo.

	Alberto Pizzoli/France Presse
	Premiê Silvio Berlusconi conversa com convidados na chegada à beatificação de João Paulo 2º

Havia 16 chefes de governo, 6 chefes de Estado e representantes de 5 casas reais europeias, inclusive o Reino Unido, cuja rainha Elizabeth 2ª lidera a Igreja Anglicana, surgida de um cisma com Roma.

O Brasil foi representado pelo vice-presidente Michel Temer, que elogiou João Paulo 2º como uma "liderança suave e extraordinária". Depois da missa, Temer disse que ficou impressionado com a celebração, a que chamou de "emocionante".

Ele estava acompanhado do embaixador brasileiro junto ao Vaticano, Luiz Seixas Corrêa, do ministro Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e do seu novo apadrinhado político, o deputado Gabriel Chalita. Chalita, ligado a setores conservadores católicos, vai deixar o PSB para filiar-se ao PMDB para, segundo a promessa de Temer, concorrer à Prefeitura de São Paulo no ano que vem.