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04/05/2011 - 14h31

Obama diz que Bin Laden 'não é troféu' e nega divulgar fotos dele morto

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira ao programa "60 minutes", da rede americana CBS, que não vai divulgar as fotos do líder da Al Qaeda morto. "Osama bin Laden não é um troféu. Ele está morto e vamos focar agora em continuar a lutar até que a Al qaeda seja eliminada", afirmou.

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"Os riscos da divulgação superam os benefícios", disse Obama, em programa que deve ser exibido na noite desta quarta-feira. "Imagine como o povo americano reagiria se a Al Qaeda matasse um de nossos soldados ou líderes militares e colocasse a foto do corpo na internet", continuou.

PeteSouza - 1º.mai.2011/WhiteHouse/ Reuters
Obama, Joe Biden (à esq.) e Hillary Clinton (sentada) recebem informações da ação na Sala de Controle da Casa Branca
Obama, Joe Biden (à esq.) e Hillary Clinton (sentada) assistem à ação na Sala de Controle da Casa Branca

"As teorias de conspiração ao redor do mundo vão alegar que as fotos são montagens, de qualquer forma. Há um risco real de que a divulgação das fotos sirva apenas para inflamar a opinião pública do Oriente Médio", continuou o presidente, em trechos adiantados no site da emissora.

Segundo a CBS, que diz ter tido acesso às imagens, a foto do corpo mostra o líder da rede terrorista Al Qaeda com um grande ferimento na cabeça e com perda de massa encefálica.

Na foto, que a Casa Branca qualificou na terça-feira (3) como "truculenta", pode ser visto o ferimento provocado por um projétil que acertou Bin Laden acima de seu olho esquerdo.

Bin Laden, segundo informações do governo americano, recebeu dois disparos à queima roupa ao oferecer resistência à prisão, embora estivesse desarmado. Ele foi atingido na cabeça e no peito por um dos militares da força de elite Seals, que conduziu a operação na casa do terrorista no Paquistão.

Nesta terça-feira, questionado sobre as fotos, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou na terça-feira que a publicação das fotos do corpo de Bin Laden pode ter um efeito "incendiário".

Céticos contudo pressionam os EUA a divulgar as imagens, a única prova de que Bin Laden estaria morto. O corpo do terrorista, que passou mais de dez anos escondido, foi lançado no mar Arábico, para evitar que seu túmulo se transformasse em um santuário.

O corpo de Bin Laden foi identificado pelas autoridades americanas através de técnicas de reconhecimento facial e exame de DNA.

POLÊMICA

Os EUA enfrentam uma grande polêmica sobre a forma com que Bin Laden foi morto. A Casa Branca afirma que não tinha como objetivo primário matar Bin Laden, mas o argumento fica cada vez menos crível.

Pressionado por repórteres, Carney afirmou nesta terça-feira que Bin Laden não estava armado --o que deixou espaço para especulações de um assassinato ao estilo execução.

Carney falou apenas que o terrorista "ofereceu resistência" antes de morrer e que "outras pessoas estavam armadas na casa" --o que justificaria matá-lo e não capturá-lo.

A Casa Branca disse ainda que os militares da força de elite Seals apenas atiraram na perna de uma das supostas mulheres de Bin Laden, mas não a mataram. Ainda na segunda-feira, o governo americano já tinha desmentido relatos iniciais de um assessor de Obama que uma mulher teria servido de escudo humano.

O diretor da CIA, Leon Panetta, confirmou a versão da Casa Branca e afirmou em entrevista à rede de televisão NBC que Bin Laden nunca se rendeu. "Também estava, como parte das regras da operação, que se ele de repente levantasse as mãos e se rendesse, então teríamos a oportunidade, obviamente, de capturá-lo. Mas essa oportunidade nunca foi apresentada", explicou.

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse hoje, por sua vez, que a morte foi um ato de "autodefesa nacional".

"Foi justificado como um ato de autodefesa nacional", disse Holder ao Comitê de Justiça do Senado, citando a confissão feita por Bin Laden de envolvimento nos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos EUA. "Se ele tivesse tentado se render, acho que teríamos aceito, mas não houve qualquer indicação de que ele queria fazer isso, então a morte foi adequada", disse.

O secretário defendeu ainda a legalidade da ação, já que Bin Laden "era chefe da Al Qaeda, organização que realizou o 11 de Setembro, e admitiu seu envolvimento".

Editoria de Arte/Folhapress

 

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