Paquistão garante 'tolerância zero' a eventual cúmplice de Osama

O embaixador do Paquistão nos Estados Unidos, Hussain Haqqani, disse neste domingo que, "se Islamabad soubesse que Osama bin Laden estava em seu território, teríamos agido", e destacou que aplicará "tolerância zero caso se descubra cumplicidade" com o líder da rede terrorista Al Qaeda.

Haqqani reagiu assim diante das desconfianças que surgiram nos EUA diante da hipótese de que Bin Laden teria vivido durante anos em uma residência na localidade paquistanesa de Abbottabad, a cerca de 100 quilômetros de Islamabad, e nunca fora descoberto pelas autoridades locais.

"Cabeças vão cair assim que a investigação for concluída. A investigação está em andamento e aplicaremos tolerância zero caso se descubra cumplicidade", declarou o diplomata em entrevista à emissora americana "ABC".

Haqqani afirmou que o Paquistão "não tem nenhuma política de proteção a terroristas" e ressaltou que, "em território paquistanês, foram presos e eliminados mais terroristas que em qualquer outro país".

Alguns congressistas americanos exigiram nos últimos dias que a ajuda econômica concedida pelos EUA ao Paquistão seja congelada até que se prove que Islamabad desconhecia a presença do líder da Al Qaeda em seu território.

"Pode ter existido apoio de alguma pessoa que vive no Paquistão, mas não de membros do Governo ou das Forças Armadas", enfatizou Haqqani.

Ele confirmou ainda que o Paquistão já interrogou uma das mulheres de Bin Laden detidas após a operação da semana passada, mas não revelou se Islamabad permitirá aos americanos terem acesso ao material obtido pelas autoridades paquistanesas.

"Somos parceiros e aliados com necessidades mútuas", respondeu diplomaticamente Haqqani.