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10/05/2011 - 14h19

Exército diz que mais de 80 morreram em ataque no sul do Sudão

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DA REUTERS, EM JUBA (SUDÃO)

Mais de 80 rebeldes e civis foram mortos quando insurgentes atacaram um acampamento de gado no sul do Sudão, anunciou o Exército sudanês nesta terça-feira, no mais recente caso de violência a afetar os preparativos para a independência da região.

Milicianos rebeldes atacaram um acampamento de gado no Estado de Warrap, no sul, no domingo, disse à Reuters o porta-voz do exército do sul (SPLA), Philip Aguer.

"Nós (o SPLA) expulsamos essa milícia do Estado de Unity nos dias 6 e 7 de maio. Ela entrou no Estado de Warrap, atacou um acampamento de gado e matou 34 civis, além de ferir 45".

"Mais tarde, civis e policiais emboscaram os milicianos e mataram 48 deles", acrescentou Aguera.

A violência tribal ou rebelde já atingiu nove dos dez Estados do sul este ano, matando mais de mil pessoas, segundo cifras da ONU e do Exército.

Aguer disse que na segunda-feira ocorreram outros enfrentamentos com milicianos no Estado de Unity. Ele não informou números de baixas, mas disse que o Exército confiscou artilharia pesada, equipamentos de comunicações, minas antitanque e metralhadoras.

Uma milícia rebelde leal a Peter Gadet, ex-oficial do SPLA, disse que combateu o Exército por vários dias na região.

'Estávamos combatendo o SPLA hoje pela manhã. Não foi muito, mas ontem os combates foram muito pesados', disse à Reuters o porta-voz do grupo, Bol Gatkouh. 'Isso vem acontecendo há dias.'

A ONU estima que existam pelo menos sete milícias separadas em guerra com o governo do sul.

REFERENDO

Um referendo realizado em janeiro e um prometido um acordo de paz de 2005 encerrou décadas de guerra civil entre norte e sul. Os habitantes do sul do Sudão, região produtora de petróleo, votaram por maioria avassaladora em favor da secessão.

Mas os festejos pela independência vêm sendo prejudicados por uma onda de violência tribal e choques entre o Exército do sul e milícias renegadas.

Analistas alertam que o sul subdesenvolvido, com dimensões aproximadamente iguais às da França, pode tornar-se um Estado falido e desestabilizar a região inteira, se a situação de segurança se deteriorar ainda mais.

Líderes do sul, a maioria de cujos habitantes é cristã ou seguidora de religiões tradicionais, acusam Cartum de apoiar os rebeldes, com o intuito de semear anarquia na região e manter o controle sobre seu petróleo.

O norte do Sudão, de maioria muçulmana, rejeita essa acusação, assim como fazem muitas milícias, que afirmam rebelar-se contra o que dizem ser um governo autocrático no sul.

O norte e o sul ainda não chegaram a um acordo em relação a várias questões, como a divisão da receita petrolífera ou uma solução para a região disputada de Abyei, na qual os dois lados acumularam forças.

 

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