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20/05/2011 - 09h25

Rumo aos EUA, assessor de Netanyahu diz que Obama não entende realidade

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

"Há um sentimento de que Washington não entende a realidade, não entende o que nós enfrentamos". A frase de um assessor no avião que levou o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, aos Estados Unidos nesta sexta-feira reflete bem o clima de tensão em torno da visita.

Em um amplo discurso sobre Oriente Médio e mundo árabe na véspera, o anfitrião Barack Obama declarou diversas vezes apoio ao aliado Israel, mas também defendeu, pela primeira vez, a criação do Estado palestino em território ocupado por israelenses.

Obama defendeu que a Palestina seja criada na Cisjordânia e faixa de Gaza e que conte com os territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967 --o que incluiria Jerusalém Oriental.

O direitista Netanyahu, que já não tinha grandes relações com Obama, reagiu dizendo que a proposta deixaria Israel com fronteiras "indefensáveis" e rejeitou a pressão americana --grande mediador das negociações de paz na região nas últimas décadas.

Seu assessor foi mais direto e disse a repórteres que a resposta "dura" de Netanyahu "expressa o desapontamento com a falta de assuntos centrais que Israel exigia, principalmente os refugiados [palestinos]".

Israel diz que não pode aceitar a demanda dos palestinos de dar a milhões de palestinos refugiados nos países vizinhos o direito de voltar ao país.

Nesta quinta-feira, Obama admitiu que a paz na região não virá fácil, reconheceu o tema dos refugiados como um dos mais delicados, mas pediu que ambos os lados parem de olhar para o passado e comecem a pensar no futuro.

Leia o discurso de Obama minuto a minuto

Questionado sobre o motivo de sua resposta a Obama, Netanyahu disse a repórteres no avião que "há coisas que não podem ser varridas para debaixo do tapete".

Editoria de Arte/Folhapress

HISTÓRICO DE TENSÃO

As relações estremecidas entre Obama e Netanyahu não são novas. Em março do ano passado, Israel enfureceu Washington ao anunciar planos de construir centenas de casas em assentamentos judaicos em territórios palestinos --em plena visita do vice americano a Israel.

Pouco depois, Netanyahu visitou Washington e foi deixado esperando enquanto Obama jantava com sua família na Casa Branca --ação que Israel viu como demonstração de desprezo.

Os EUA lançaram em setembro passado um novo esforço diplomático para retomar o diálogo direto de paz entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina. Mas as conversas foram estagnadas desde que Israel rejeitou a extensão de uma moratória sobre a construção em assentamentos judaicos em território palestino.

Desde então, as lideranças palestinas apostam em uma campanha para obter reconhecimento internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas) a um Estado dentro das fronteiras antes da guerra de 1967. A organização deve discutir em setembro sobre a criação de um Estado palestino.

 

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