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Turquia já conta 5.000 refugiados sírios em seu território
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DA EFE, EM ANCARA
O número de refugiados sírios na Turquia já chegou a 5.000, enquanto várias centenas esperam no lado sírio da fronteira, perante a brutal repressão do regime de Damasco aos protestos iniciados em meados de março.
A agência "Anadolu" informou, neste domingo, que 5.051 cidadãos sírios se encontram nos campos de refugiados montados por Ancara nas localidades de Yayladagi e Altinozu.
Estes dois campos já estão lotados, enquanto se prepara um terceiro, com capacidade para mais 5.000 pessoas.
O ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, assinalou ontem que a imensa maioria dos que entraram no território turco são mulheres, crianças e idosos.
A imprensa turca indica que o número de sírios que cruzou a fronteira pode ser muito maior, já que os que têm parentes na Turquia se alojam com eles e não são contabilizados como refugiados.
Vadim Ghirda/Associated Press | ||
Mulheres, crianças e idosos sírios são maioria nos campos de refugiados na Turquia, dizem autoridades turcas |
Além disso, centenas de sírios se instalaram em locais improvisados sob as árvores nas florestas próximas à fronteira, a centenas de metros do território turco, prontos para atravessar se a situação se agravar e os soldados atacarem a zona.
Há dias, centenas de sírios fogem da brutal operação das forças de segurança sírias, que ontem chegaram às portas da cidade de Jisr al Shughour, onde na segunda-feira 120 pessoas, em sua maioria militares, morreram em uma emboscada que Damasco atribui a grupos armados opositores. Os rebeldes culpam os próprio exército de ter matado militares desertores.
Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro turco e tradicional aliado do presidente sírio Bashar al-Assad, endureceu seu discurso e qualificou de "brutalidade" a repressão contra a população civil na Síria.
A Turquia teme que a violência na Síria possa provocar a fuga a seu território de centenas de milhares de sírios, pelo que o Governo turco já preparou um gabinete de crise para enfrentar esse cenário.
INVASÃO
O exército sírio invadiu, neste domingo, a cidade de Jisr al Shughour, no norte do país, em meio a enfrentamentos entre as tropas e grupos armados que deixaram ao menos dois mortos, informou a rede de TV estatal da Síria.
Os dois mortos, segundo a TV estatal, são membros dos grupos armados acusados pelas autoridades sírias da morte de 120 pessoas, em sua maioria militares, em 6 de junho em Jisr al Shughour.
A mídia estatal a atribuiu as mortes a homens armados não identificados, mas ativistas pró-democracia disseram que soldados fizeram um motim, recusando-se a disparar contra manifestantes desarmados.
Segundo os rebeldes, os militares desertores foram mortos por seus próprios companheiros.
A invasão a esta cidade começou na sexta-feira, coincidindo com uma nova jornada de repressão dos protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
Na sexta-feira, quando o governo enviou tanques para Jisr al Shughour, cidade de maioria muçulmana sunita da qual a maioria dos 50 mil habitantes havia fugido, a causa do derramamento de sangue do último fim de semana ainda estava em disputa.
A matança sugere que ou existem divisões entre as forças de segurança do ditador Bashar al Assad, ou está ocorrendo o início de uma revolta armada --ou alguma combinação das duas coisas.
As tropas entraram na cidade após desativar explosivos de dinamite que tinham sido instalados por grupos armados em pontes e estradas.
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