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01/07/2011 - 14h01

Camareira deu falso testemunho ao júri, dizem promotores

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A camareira que disse ter sofrido abuso sexual de por parte de Dominique Strauss-Kahn deu falso testemunho ao omitir que limpou outro quarto após o incidente, informaram nesta sexta-feira os promotores responsáveis pelo caso.

O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Strauss-Kahn foi libertado nesta sexta-feira de sua prisão domiciliar depois de uma reviravolta no caso, com a revelação de suspeitas sobre a credibilidade da vítima. As acusações, contudo, foram mantidas e ele não deve deixar o país até o fim do julgamento.

Segundo o documento apresentado à corte, a camareira limpou outra suíte do hotel e voltou ao quarto que havia sido ocupado por Strauss-Kahn antes de relatar ao seu supervisor que havia sido sexualmente atacada.

"A camareira desde então admitiu que este testemunho era falso e que, depois do incidente no quarto 2086, começou a limpar outro quarto próximo e logo voltou ao quatro 2086 e começou a limpá-lo antes de relatar o incidente a seu superior", dizem os promotores.

O promotor de Nova York, Cyrus Vance, fez um breve pronunciamento à imprensa, mas não citou o falso testemunho.

Ele disse que a decisão do júri de abrir o caso contra Strauss-Kahn foi tomada há seis semanas com base em evidências forenses e no relato da testemunha. A promotoria, então, continuou investigando o caso e se levantou suspeitas sobre a credibilidade da vítima.

Como a prisão domiciliar sob fiança de US$ 1 milhão foi baseada nos relatos anteriores, a promotoria decidiu libertar Strauss-Kahn.

"A investigação continua até conseguirmos todas as provas relevantes. [...] Nosso comprometimento é com a verdade e isso determina como procederemos", disse Vance.

SUSPEITAS

A libertação de Strauss-Kahn veio horas depois do jornal "The New York Times" revelar, citando fontes ligadas ao caso, fortes suspeitas contra a vítima, que teria envolvimento com tráfico de drogas e teria entrado ilegalmente no país.

Estas suspeitas teriam sido apresentadas na audiência desta sexta-feira, o que teria resultado na libertação do francês.

O "NYT" afirmou, com base em fontes anônimas, que a suposta vítima mentiu sobre o incidente repetidas vezes.

Os advogados de defesa apuraram que a camareira recebeu depósitos que somaram US$ 100 mil nos últimos dois anos --em suposta evidência de que ela teria sido paga para inventar a acusação.

Os promotores teriam ainda conversas gravadas da camareira com indivíduos sobre o pagamento pela acusação de agressão sexual, destaca o jornal.

A polícia descobriu, ainda segundo jornal, supostos vínculos da vítima, uma guineana de 32 anos, com atividade criminosa, incluindo lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. A mulher também teria mentido para obter seu visto de permanência nos Estados Unidos.

CASO

A camareira alega que entrou no quarto achando que não havia ninguém e que Strauss-Kahn saiu do banheiro nu, em sua direção. Ele a teria agarrado e tentado colocar seu pênis na boca da camareira por duas vezes, além de impedir que ela deixasse o local.

Após ser detido em um avião quando se preparava para voltar à França, Strauss-Kahn passou duas noites em uma delegacia do Harlem e quatro na prisão de Rikers Island, antes de conseguir mudar para a prisão domiciliar em um luxuoso apartamento de Manhattan, depois de pagar uma fiança de um milhão de dólares.

Além de pagar US$ 1 milhão de fiança e mais US$ 5 milhões em caução, o ex-diretor do FMI foi obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, restringir-se a um regime de saídas e visitas muito rígido e entregar todos seus documentos de viagem.

Strauss-Kahn renunciou ao cargo no FMI poucos dias depois de sua prisão. A ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, foi eleita na terça-feira (28) como sua substituta e deve assumir o cargo no próximo dia 5.

Os simpatizantes de Strauss-Kahn no Partido Socialista da França expressaram contentamento com a aparente reviravolta e alguns disseram esperar que ele poderá reingressar na corrida presidencial de 2012.

Mas analistas políticos afirmam que sua reputação já foi muito manchada para que seja um candidato presidencial e lhe restaria algum outro papel político influente se for absolvido.

 

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