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08/07/2011 - 11h04

Milhares de egípcios vão às ruas pedir reformas rápidas e justiça

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de egípcios se reuniram nesta sexta-feira na praça Tahrir (Libertação), na capital Cairo, para pedir mais reformas e mais sanções contra os dirigentes do antigo regime, cinco meses depois da queda do ditador Hosni Mubarak.

Na praça, que foi epicentro da revolta popular do começo do ano, foram instalados grandes palanques para os discursos dos líderes do movimento.

Manifestantes exibiam faixas com frases como "Nossa revolução continua" e "O povo pede o cumprimento das promessas da primavera árabe".

Em um ambiente de festa, homens, mulheres e várias famílias com crianças, segurando bandeiras egípcias e jornais para se proteger do sol escaldante na capital egípcia, compareceram à praça principal da cidade, onde os organizadores esperam reunir 1 milhão de pessoas.

Khaled Desouki/France Presse
Milhares de egípcios rezam antes de manifestanção na praça Tahrir, no Cairo, por reformas mais rápidas
Milhares de egípcios rezam antes de manifestanção na praça Tahrir, no Cairo, por reformas mais rápidas

Da mesma forma que em manifestações anteriores, para evitar incidentes, brigadas de voluntários registravam os cidadãos nos acessos à Tahrir, epicentro da revolução que em fevereiro passado derrubou o regime de Hosni Mubarak.

"Queremos liberdade, queremos que o Exército nos trate como pessoas, e não como animais", assinalou a manifestante Zeinab Farouk, professora de sharia (lei islâmica), usando um niqab, véu islâmico que cobre o corpo.

Ela se disse convencida de que o Conselho Supremo das Forças Armadas protege os dirigentes do antigo regime. "Eles avançam muito lentamente (nas reformas) porque o Exército estava empregado por Hosni Mubarak e seu coração está com ele".

Para o jovem Khaled Abdullah, 28, "não é aceitável que haja 10 mil civis que tenham sido julgados por tribunais militares".

"Acho que, no Conselho Supremo das Forças Armadas, estão mais interessados neles mesmos do que no país. São responsáveis pelos maus-tratos de civis, não estão se comportando de forma transparente e não confio em suas intenções", assinalou Khaled.

Um outro manifestante exibia um cartaz com a frase "Não vimos uma mudança. Derrubamos Mubarak, mas temos em seu lugar um marechal", em referência ao marechal Hussein Tantawi, chefe do conselho militar que governa o país interinamente.

Khaled Desouki/France Presse
Manifestante egípcio grita durante ato para pedir justiça às vítimas da revolta que derrubou ditador
Manifestante egípcio grita durante ato para pedir justiça às vítimas da revolta que derrubou ditador

A concentração foi convocada por jovens que defendem a democracia e por partidos laicos. A Irmandade Muçulmana apoiou a manifestação depois de uma hesitação inicial.

Os manifestantes pedem a demissão de autoridades do antigo regime que permanecem no governo e na administração pública, sobretudo na polícia e governos locais.

Também querem que o Exército deixe de utilizar os tribunais militares para julgar civis e acabe com a lei de estado emergência, que permaneceu em vigor durante os 30 anos que Mubarak permaneceu no poder.

Os jovens exigem ainda punições aos policiais envolvidos na repressão da revolta de janeiro e fevereiro, que deixou 850 mortos, segundo balanço oficial.

 

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