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Ex-editora de tabloide fez a coisa certa ao se demitir, diz Cameron
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DA REUTERS, EM LONDRES (REINO UNIDO)
O premiê britânico, David Cameron, disse nesta sexta-feira que a executiva da News International, Rebekah Brooks, fez a coisa certa ao se demitir.
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"Ele acha que foi a decisão correta, ele disse outro dia que aceitaria sua demissão", disse o porta-voz de Cameron.
Brooks era presidente-executiva da News International, divisão responsável pelos jornais britânicos do conglomerado de mídia do magnata australiano Rupert Murdoch, News Corporation (News Corp.).
Ela era ainda editora-chefe do tabloide do grupo, "The News of the World" quando a publicação teria grampeado ilegalmente dezenas de políticos, celebridades e pessoas ligadas à família real.
Olivia Harris-10jul.2011/Reuters | ||
O magnata australiano Rupert Murdoch e a ex-presidente-executiva da News International, Rebekah Brooks |
Brooks vinha sofrendo uma intensa pressão para deixar o cargo desde que o escândalo ganhou novas proporções nas últimas semanas, com denúncias de que até mesmo vítimas de crimes, familiares de soldados mortos no Iraque e no Afeganistão e um primo do brasileiro Jean Charles de Menezes podem ter sido grampeados.
Ela vai ao Parlamento britânico na próxima terça-feira (19) para responder perguntas sobre os grampos ilegais e as denúncias de que seu jornal pagou propina a policiais em troca de informações.
COMUNICADO
O anúncio da demissão de Rebekah Brooks foi feito em um comunicado divulgado pela TV Sky, também do grupo de Murdoch.
Em um e-mail de despedida enviado aos empregados da empresa, Brooks disse que sua tentativa de se manter no cargo a colocou no centro da polêmica: "Isso está, agora, desviando a atenção de todos os esforços de resolver os problemas do passado".
Ela disse ainda que a reputação da companhia, "assim como as liberdades de imprensa que valorizamos tanto" estão sob risco.
"A sabedoria, gentileza e conselhos incisivos de Rupert me guiraram por toda minha carreira e James [Murdoch, filho de Rupert] é um líder inspirador que me mostrou grande lealdade e amizade", disse Brooks, acrescentando que deixa o cargo "com as mais felizes memórias e muitos amigos".
ESCÂNDALO
Há anos há denúncias e relatos de que repórteres do tabloide acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades e membros da família real para obter informações exclusivas.
Nas últimas semanas, o escândalo ganhou novas proporções com denúncias de que vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque foram grampeados. Há ainda relatos de que o tabloide teria pago propina a policiais por informações.
Nesta semana, a comandante da Operação Weeting, que investiga os grampos, Sue Akers admitiu ao Parlamento que apenas 170 pessoas foram contatadas até agora de uma lista de 3.870 nomes, 5.000 telefones fixos e 4.000 celulares.
O "News of The World" pertencia ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, pertencente a Murdoch.
O tabloide era o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares. Sua última edição, com o título "Obrigado e Adeus", circulou no domingo passado (10), após decisão de Murdoch de fechar a publicação de 168 anos.
O escândalo também teve repercussão nos negócios de Murdoch. Ele se viu obrigado a retirar a oferta de adquirir a totalidade das ações do canal pago BSkyB, da qual já possui 39%.
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