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Pentágono declara que internet também é zona de guerra
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LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Em tempos de Wikileaks e de hackers invadindo sites de governos mundo afora, o Departamento da Defesa dos EUA revelou ter sido alvo de um ataque cibernético e lançou sua primeira estratégia para lidar com uma eventual guerra no espaço virtual.
Com isso, a internet se torna um teatro militar de operações tão válido quanto terras, céus, águas e o espaço.
"Os ataques cibernéticos serão um componente significativo de qualquer conflito futuro, seja envolvendo grandes países, Estados párias ou grupos terroristas", declarou o subsecretário da Defesa William Lynn ao fazer o anúncio na última quinta-feira em Washington.
"O papel central que a tecnologia da informação assumiu em nossas operações e nossa sociedade praticamente garante que futuros adversários vão visar nossa dependência em relação a ela."
Ao fazer o anúncio, Lynn revelou que uma empresa ligada ao Departamento da Defesa dos EUA sofreu um ataque cibernético que culminou no roubo de 24 mil arquivos contendo informação do Pentágono.
Os dados, listou a Defesa, incluíam desde especificações sobre peças de tanques e aviões até informações sobre tecnologia aeronáutica, satélites e protocolos de segurança.
Lynn afirmou que, embora esses ataques algumas vezes sejam lançados por nações, "há grupos terroristas e Estados párias mais dedicados a esse tipo de combate".
Não ficou claro se ele estava fazendo uma alusão ao Wikileaks nem se a nova estratégia permitiria enquadrar a organização, que vazou na rede, no fim do ano passado, milhões de telegramas sigilosos trocados entre diplomatas americanos, e antes, um vídeo sobre uma operação militar no Iraque.
Apesar de a informação nos papeis não ser de interesse estratégico vital, ela expôs ideias correntes no Departamento de Estado e causou constrangimento, além de temor de que futuras comunicações sejam vigiadas.
COOPERAÇÃO
O alvo maior da estratégia, porém, é proteger sistemas ligados à infraestrutura. Ataques do gênero se tornaram relativamente comuns em países dos Bálcãs e do Cáucaso nos últimos anos.
O ponto central nos EUA, segundo Lynn, é minimizar ou mesmo negar os ataques, e atribuir sua autoria rapidamente, evitando o uso de um ataque como propaganda.
A nova estratégia militar também estabelece o cyberespaço como área de atuação do Departamento da Defesa e suas agências e redes associadas, o que aumenta seu escopo de ação e prevê mais e melhor treinamento na área.
Ainda no campo de treinamento, novos conceitos operacionais serão introduzidos ao departamento, e a colaboração com o setor privado e o Departamento de Segurança Interna será estreitada sobretudo na proteção de infraestrutura crítica.
Finalmente, o plano prevê o investimento de US$ 500 milhões em pesquisa e pede a construção de defesas coletivas com países aliados e educação para prevenir os ataques, além de fortalecer a segurança das redes em si.
A Defesa dos EUA passa por uma reconfiguração para torná-la mais ágil e enxuta diante dos cortes no Orçamento americano e das mudanças no cenário de segurança global, com a emergência de novos atores.
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