Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/07/2011 - 14h09

Confrontos sectários matam ao menos 30 na Síria, dizem ativistas

Publicidade

DA REUTERS, EM BEIRUTE (SÍRIA)

Ao menos 30 pessoas morreram no último fim de semana em confrontos entre moradores de Homs, na Síria, segundo ativistas dos direitos humanos.

É o primeiro relato de conflitos entre facções desde o início da onda de protestos contra o ditador Bashar al Assad, em março passado, cuja repressão deixou mais de mil mortos.

Rami Abdelrahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, disse na segunda-feira que os confrontos entre moradores favoráveis e contrários a Assad começaram no sábado (16), depois que corpos de partidários de Assad foram devolvidos desmembrados a seus familiares.

Homs é um dos principais focos da rebelião e há dois meses foi ocupada por militares que tentam sufocar os protestos contra Assad.

Essa cidade, no centro da Síria, é um microcosmo do cisma religioso do país: tem uma maioria sunita e vários grupos minoritários, como os cristãos e os muçulmanos alauitas (seita à qual Assad pertence).

"Pelo menos 30 civis foram mortos [...], eles caíam depois que confrontos civis entre pró e antirregime começaram, no sábado", disse o Observatório em nota.

"Esses confrontos são um fato perigoso, que abala a revolução e serve aos interesses dos seus inimigos, que querem transformá-la em uma guerra civil."

O ativista Mohamad Saleh, morador de Homs, disse que na segunda-feira já não há mais conflitos, mas que os moradores estão tensos.

Segundo ele, um grupo de alauitas, incluindo quatro policiais, desapareceu na quinta-feira (14). Os corpos de quatro deles foram achados no sábado (16), com os olhos arrancados. Outros seis foram encontrados no domingo.

"Imediatamente, algumas pessoas do bairro deles foram às ruas e queimaram, roubaram e destruíram pelo menos 12 lojas pertencentes a sunitas", afirmou o morador à Reuters por telefone.

"As forças de segurança ficaram assistindo e não fizeram nada. Eu vi. Aí o tiroteio começou, e não sabíamos de onde vinha, e as pessoas começaram a morrer de ambos os lados."

Saleh disse que os moradores de Homs culparam "bandidos" sunitas e alauitas pela violência. "Isso é perigosíssimo, estamos tentando acalmar as coisas. Ninguém em Homs aceita isso, as pessoas não querem essas divisões", declarou.

Os protestos contra Assad começaram em áreas rurais sunitas da Síria, mas rapidamente se espalharam para as cidades, onde há maior mistura sectária. Pelo menos 1.400 civis já foram mortos desde o início da rebelião, segundo organizações de direitos humanos.

As autoridades sírias atribuem a violência a grupos armados vinculados a militantes islâmicos, e dizem que pelo menos 500 policiais e soldados foram mortos desde março.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página