Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/07/2011 - 06h38

Artistas brasileiros ignoram boicote a Israel

Publicidade

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Gilberto Gil voltou a se apresentar ontem em Israel, no segundo show do cantor no país em três meses. Como na primeira apresentação, Gil ignorou a campanha de boicote a Israel.

Nos últimos anos, todo artista estrangeiro que anuncia apresentações no país é alvo de uma enxurrada de emails de ativistas pró-palestinos pedindo que mude de ideia.

Muitos atendem aos apelos. O último foi o cantor punk americano Jello Biafra, que cancelou um show em Tel Aviv no mês passado. Carlos Santana, Elvis Costello e a banda Cranberries fizeram o mesmo em 2010. Entre brasileiros, o boicote é raro.

Em sua passagem anterior por Israel, em abril, Gil contou à Folha que recebeu "uma quantidade enorme" de emails da campanha pelo boicote a Israel, mas não pensou em mudar de planos.

Pela longa relação com Israel, onde já se apresentou sete vezes, e por não considerar o gesto justificado, o cantor disse que o boicote ao Estado judeu estava fora de questão.

"Mandei responder que sou frequentador costumeiro de Israel, tenho diálogo fácil, natural como o país, uma receptividade muito grande", disse Gil. "Gostaria também de ir à Palestina. O dia que me chamarem eu vou."

Enquanto afirmam que sua manobra diplomática na em setembro não impede a retomada das negociações, os palestinos alimentam a expectativa de que o apoio da ONU aumente o isolamento de Israel.

O objetivo é repetir a pressão contra a África do Sul, que levou ao fim do regime segregacionista do apartheid.

"Há estradas na Cisjordânia que eu não posso usar como palestino. Nunca, nem nas horas mais escuras do apartheid, negros foram impedidos de usar estradas usadas por brancos", diz o negociador Saeb Erekat.

O diretor do Festival de Cinema Brasileiro em Israel, Shlomo Azaria, diz que em onze anos do evento jamais teve um filme negado ou uma participação cancelada por motivos políticos.

Em setembro, pouco antes da Assembléia Geral da ONU, Roberto Carlos se apresentará em Jerusalém, também ignorando o boicote.

Diplomatas brasileiros ficaram preocupados com a possibilidade de o local do show estar em território ocupado por Israel em 1967.

Se tranquilizaram ao saber que a "Piscina do Sultão", o espetacular cenário em que o rei se apresentará, era considerado "terra de ninguém" em 1967, portanto além da disputa entre israelenses e palestinos por Jerusalém.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página