Polícia francesa inspeciona casa do pai do autor dos ataques de Oslo

A polícia francesa inspecionou nesta segunda-feira a casa do pai do autor do duplo atentado de sexta-feira passada (22) na Noruega.

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Jens Breivik vive na localidade de Cournanel, no sul da França. O ex-diplomata não mantém contato com seu filho há 15 anos, segundo informaram os meios de comunicação franceses.

Desde a noite de domingo, os agentes de segurança rodeiam a casa de Jens, pai de Anders Behring Breivik, e de sua mulher, situada na região de Languedoc-Roussillon. O local foi isolado.

Em declarações à imprensa local, os moradores desse município de pouco mais de 600 habitantes disseram que sabiam que na casa vivia um casal de noruegueses, mas que não tinham contato com eles.

O norueguês Anders Behring Breivik, 32, definido como um fundamentalista cristão e ultradireitista, admitiu sua participação no massacre em declarações à polícia. Ele compareceu nesta segunda-feira a sua primeira audiência em uma corte em Oslo, a portas fechadas.

Na primeira ação, um carro-bomba explodiu próximo à sede do governo, no centro de Oslo, matando sete pessoas.

No segundo ataque, Breivik atirou contra os participantes de uma colônia de férias da juventude do Partido Trabalhista (no poder) na ilha de Utoya, 40 km a oeste da capital, provocando ao menos 86 mortes.

Os dois ataques foram cometidos com apenas duas horas de diferença. A hipótese mais sólida era de que o suspeito tinha ativado o carro-bomba que explodiu na capital para depois seguir em direção à ilha, situada a cerca de 40 quilômetros da capital.

Breivik disse à polícia de Oslo ter agido "sozinho" no massacre. Mas depoimentos de alguns sobreviventes deram a entender que poderia haver outro atirador.

Um documento de 1.500 páginas redigido aparentemente pelo norueguês revela que o ataque já era preparado desde o outono (boreal) de 2009.

O documento, publicado na internet diariamente, inclui um manual sobre como montar bombas e um discurso contra o Islã e o marxismo.

Breivik detalha os preparativos de sua ação, destacando "o uso do terrorismo como um meio de despertar as massas", e admite que será lembrado como "o maior monstro nazista desde a Segunda Guerra Mundial".

Com várias referências históricas, o manifesto inclui numerosos detalhes da personalidade do agressor, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de um minucioso diário dos três meses que precederam o ataque.

O texto, escrito em inglês, tem o título "A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083) e é firmado sob o pseudônimo "Andrew Berwick".