Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/07/2011 - 12h15

Rebeldes líbios temem racha após morte de seu líder militar

Publicidade

DE SÃO PAULO

A morte do chefe militar dos rebeldes na Líbia, Abdel Fatah Younes, deixou um vácuo no topo da hierarquia militar e trouxe temores de que ocorra um racha entre as forças rebeldes em meio às suspeitas de que ele possa ter sido morto por um deles, segundo publicado pelo "Guardian" e pela "Al Jazeera".

O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição) -- órgão dos rebeldes -- anunciou ontem à noite que Younes foi assassinado. Mas a falta de detalhes, somada à notícia divulgada mais cedo de que Younes tinha sido preso sob ordens de Jalil, levanta questões sobre as circunstâncias da morte.

Os rebeldes anunciaram ontem que Younes tinha sido preso devido à suspeita de que sua família ainda pudesse ter vínculos com o regime de Gaddafi. Havia rumores de que ele estava envolvido em contatos não autorizados com a administração Gaddafi e, até mesmo, que ele tinha ajudado a fornecer armas para as forças leais ao ditador.

Antes do anúncio de sua morte, homens armados que declaravam apoio a Younes apareceram nas ruas de Bengazi afirmando que iriam usar de força para liberta-lo da custódia do CNT.

Jalil disse que os rebeldes prenderam o líder do grupo que estava por trás do ataque, mas os corpos de Younes -- ex-ministro do Interior de Gaddafi que desertou em fevereiro -- e de dois coronéis, que também teriam morrido na emboscada.

Minutos após a entrevista coletiva de imprensa de Jalil, eclodiu um tiroteio na rua. Membros da tribo de Younes -- uma das maiores do leste -- dispararam tiros de metralhadora e quebraram vidros, forçando os seguranças e os hóspedes do hotel a se esconderem.

Um oficial da segurança, Fadlallah Harou, disse à Associated Press, antes do anúncio de Jalil, que forças de segurança tinham encontrado três pessoas muito queimadas. Dois estavam mortos e um, inconsciente, disse Fadlallah. Ele ainda afirmou que um era Younes, ainda que eles não soubessem identificar qual deles era o líder militar.

Segundo a "Al Jazeera", os corpos teriam sido encontrados hoje e entregues aos familiares.

Adul Hakim, um sobrinho de Younes, disse à Reuters que o corpo de Younes foi entregue à família ontem, queimado e com tiros. Hakim disse que Younes teria ligado para avisar que iria para Bengazi por volta de 10h da manhã de quinta-feira.

Uma divisão tribal dentro da oposição pode ser catastrófica, aumentando os temores do Ocidente de que haja uma guerra civil por causa da disputa pelo petróleo do país -- possibilidade levantada por Gaddafi.

Nem todos os rebeldes confiavam em Younes. Muitos suspeitavam de sua ligação passada com Gaddafi. Tropas na cidade de Misrata constantemente se recusavam a aceitar ordens vindas dele, chegando a dizer que os combatentes em Misrata não faziam parte do exército rebelde controlado por Bengazi.

Em uma entrevista concedida em abril, a filha de Gaddafi, Aisha, sugeriu que Younes ainda era leal à sua família e se negou a responder se o ex-ministro do Interior ainda mantinha contato com a sua família.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página