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21/08/2011 - 13h52

Manifestantes egípcios pedem fim das relações de seu país com Israel

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DA EFE, NO CAIRO

Mais de 100 manifestantes se concentraram neste domingo na embaixada de Israel no Cairo para pedir a ruptura de relações entre os dois países após a morte de soldados egípcios na quinta-feira passada, em um incidente na região de fronteira bilateral.

Ao grito de "judeus, o exército do profeta Maomé voltará" e "o povo quer que Israel se vá", os manifestantes egípcios exigiram a Israel que suspenda as operações militares na fronteira egípcia e reivindicaram o fim dos ataques à faixa de Gaza.

"Quero expressar meu descontentamento pelo que aconteceu na fronteira", afirmou o manifestante Ashraf Mohammed.

Este professor de inglês afirmou que "agora as desculpas já não são suficientes", em referência às declarações do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, que lamentou a morte dos policiais egípcios, mas não assumiu a responsabilidade dos fatos.

A crise entre os dois países se desencadeou na quinta-feira passada, quando um avião israelense disparou contra supostos terroristas na fronteira com o Egito e matou ao menos três soldados depois que grupos terroristas cometeram uma série de atentados no sul de Israel no mesmo dia.

Desde então, centenas de manifestantes protestam dia e noite perante a embaixada israelense no Cairo para protestar contra os fatos.

O manifestante Mohammed se mostrou convencido de que, pela primeira vez em muitos anos, a pressão popular pode influir na política externa egípcia com Israel: "Antes da revolução, o povo estava reprimido e não podíamos nos expressar de forma sincera e contundente. Agora, o povo egípcio pode influir no que acontece".

Gritando para ser ouvido entre as palavras de ordem dos demais manifestantes, o estudante da Universidade do Cairo Mahmoud Fathy lamentou que a reação do governo egípcio contra os ataques de Israel seja "fraca e lenta".

Como muitos dos presentes em frente à embaixada israelense, cercada por dezenas de soldados egípcios, além de tanques do Exército, Fathy reivindicou o fim dos laços diplomáticos entre Egito e Israel, mas reconheceu "não será fácil cortar as relações, sobretudo pelos acordos de paz entre os dois países".

Durante toda a manhã, os manifestantes se congregaram em frente à representação diplomática e desafiaram a fome e a sede próprios do mês de jejum do Ramadã para fazer valer suas opiniões.

A estudante universitária Angie Ahmed foi à concentração usando um véu islâmico com as cores da bandeira egípcia, algo que virou moda entre as jovens do Cairo desde a revolução popular que derrubou o regime de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro passado.

"Estamos aqui porque odiamos Israel", exclamou Angie, que diz não acreditar na sinceridade do Estado judaico. "Não acreditamos neles, não queremos que façam intervenções militares em território egípcio e matem nossos soldados, que são nossa gente. Isso não é aceitável".

Por sua vez, o coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, que se encontra no Cairo, se reuniu neste domingo com o governo egípcio e com autoridades da Liga Árabe para analisar a questão.

Serry expressou sua preocupação pela morte dos soldados egípcios no incidente fronteiriço do Sinai na quinta-feira passada e transmitiu seus pêsames às famílias das vítimas.

O enviado da ONU expressou sua inquietação com a escalada de violência em Gaza e no sul de Israel e pediu um retorno à "calma completa" na região.

 

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