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Índia tenta negociação com ativista em 7º dia de greve de fome
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ativista indiano Anna Hazare entrou nesta segunda-feira no sétimo dia da sua greve de fome por leis mais rígidas contra a corrupção, enquanto partidos de oposição convocam grandes manifestações para esta semana, e o governo busca negociação.
Hazare, de 74 anos, já perdeu cinco quilos por causa do jejum e as autoridades estão autorizadas a intervir caso sua vida seja posta em risco, já que o suicídio é ilegal no país. Ele passou a segunda-feira deitado num palanque num terreno da capital. Por causa da temperatura em torno de 35 0C, ele ficou diante de ventiladores.
Segundo partidários do ativista, ele está descontente com a resposta do governo em relação à sua greve de fome. Hazare afirma que vai ficar sem comer indefinidamente, até que as autoridades indianas adotem sua versão de lei com fortes medidas de combate à corrupção.
O ativista rejeitou a contraproposta do governo, dizendo que ela era muito fraca por não incluir funcionários do judiciário e do escritório do primeiro-ministro sob a supervisão da lei.
"Nenhuma de nossas demandas foram incluídas. Não há entendimento entre a sociedade civil e o governo", disse Arvind Kejriwal, ativista seguidor de Hazare.
Gurinder Osan/Associated Press | ||
Ativista indiano Anna Hazare saúda multidão ao retornar a palco onde faz greve de fome contra a corrupção |
O governo e os seguidores de Hazare disseram no fim de semana que há margem para negociações. O primeiro-ministro Manmohan Singh declarou que "há muita coisa para dar e receber". Durante visita a Calcutá, Singh disse que o projeto de lei anticorrupção que tramita no Parlamento, e que os partidários de Hazare acham brando demais, pode sofrer emendas.
O movimento liderado por Hazare provocou uma crise no governo e afetou a popularidade de Singh, já abalada por causa da inflação e dos sucessivos escândalos de corrupção no primeiro escalão do governo.
Pelo menos 50 mil pessoas participaram no domingo de uma manifestação em favor de Hazare, cuja campanha tem ecoado principalmente na classe média. O partido nacionalista hindu Bharatiya Janata convocou um protesto nacional para quinta-feira, e um grupo de partidos de esquerda fará mobilizações na terça.
Nas últimas décadas, Hazare realizou dezenas de greves de fome contra os governos, fazendo com que seis ministros deixassem seus cargos e mais 400 funcionários fossem demitidos, desde que iniciou um movimento contra a corrupção em 1991.
Alguns críticos à campanha do ativista afirmam que ela representa um perigo à democracia indiana, já que pode subverter o processo legislativo.
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