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28/08/2011 - 10h01

Partido indicará novo primeiro-ministro do Japão nesta segunda-feira

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ANDRÉS SÁNCHEZ BRAUN
DA EFE, EM TÓQUIO

Cinco candidatos concorrem nesta segunda-feira no pleito que indicará o novo primeiro-ministro do Japão, que herdará o desafio de custear a reconstrução após o desastre de março sem afundar ainda mais as maltratadas contas públicas da terceira economia mundial.

O vencedor nas eleições do Partido Democrático do Japão (PDJ) torna-se o líder da formação governante e virtual substituto do até agora primeiro-ministro, Naoto Kan, quem na sexta-feira anunciou a tão aguardada renúncia após as críticas massivas pela sua gestão da crise após o terremoto de março.

Entre os candidatos desponta como favorito o atual ministro da Indústria, Banri Kaieda, um político veterano de 62 anos que para os analistas tem todo o apoio necessário no partido para se transformar no sexto chefe do Executivo no Japão nos últimos cinco anos.

A instabilidade que atinge a administração japonesa na última meia década obrigará o sucessor de Kan a enfrentar, além do desafio da reconstrução e da crise nuclear, os problemas que arrastam o país há duas décadas ao declive econômico e a crise financeira global.

CRISE

O país, que perdeu neste ano seu posto de segunda economia do mundo para a China, convive com o desafio de retomar o crescimento e ao mesmo tempo tenta reduzir a forte dependência da energia nuclear, algo que todos os candidatos concordam desde o acidente na usina atômica de Fukushima, ainda insolúvel.

O problema nuclear e a importância de manter a aliança com os Estados Unidos são praticamente os únicos pontos em comum demonstrados pelos cinco aspirantes a assumir as rédeas do Governo, o que revela uma importante divisão dentro da formação.

Embora disposto a fomentar outras energias, Kaieda mostrou como ministro da Indústria sua predisposição em reativar o mais rápido possível os reatores paralisados, após o terremoto e o tsunami de 11 de março.

Na época, isso gerou um conflito com Naoto Kan, quem ao contrário do restabelecimento imediato optou por obrigar às centrais a passar por novos testes de resistência antes de colocar novamente em andamento os reatores.

PONTOS DE ATRITO

Kaieda, que chegou a fazer campanha nos povoados que abrigam centrais para defender sua reabertura, também toma distância da política de Kan no tema fiscal.

O ministro da Indústria defende a emissão de nova dívida ao invés de elevar os impostos para financiar a cara reconstrução do nordeste do país, amparando-se nas promessas eleitorais com as quais o PDJ arrasou nas eleições gerais de 2009.

Para ele, o PDJ deve-se manter fiel a sua ideologia, que defende corte de "despesas desnecessárias" do Estado como maneira de sanear os cofres públicos em vez de reajustes, o que tradicionalmente o eleitor japonês cobra nas urnas.

Com Kaieda concorrerão o ex-ministro de Relações Exteriores Seiji Maehara; o ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, defensor da disciplina fiscal da mesma forma que Kan; o ministro da Agricultura, Michihiko Kano; e Sumio Mabuchi, ex-ministro de Transportes.

Tudo aponta para que Kaieda seja o mais votado, embora Maehara e Noda contem com suficiente apoio dentro do partido para chegar ao segundo turno. A imprensa local praticamente descarta Kano e Mabuchi.

O vencedor do pleito do PDJ nesta segunda-feira tem assegurada a chefia do Governo, já que o partido ostenta a maioria na Câmara Baixa.

A instabilidade do governo foi uma constante no Japão nos últimos cinco anos, período em que passaram pela chefia do Executivo Shinzo Abe (2006-2007), Yasuo Fukuda (2007-2008), Taro Aso (2008-2009), Yukio Hatoyama (2009-2010) e Naoto Kan (2010-2011).

 

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