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Enriquecimento de urânio continua, diz oficial norte-coreano
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DA EFE, EM TÓQUIO
O número dois do regime norte-coreano, Kim Yong-nam, afirmou que o programa de enriquecimento de urânio do país comunista tem propósitos pacíficos e acrescentou que Pyongyang não tem intenção de interrompê-lo, informou nesta quinta-feira a agência japonesa "Kyodo".
"Não é só nosso país, há outros que também enriquecem urânio. O problema é que o mundo só presta atenção no nosso programa de enriquecimento", disse Kim, presidente da Assembleia Popular Suprema, em entrevista concedida à "Kyodo" em Pyongyang.
Segundo o número dois norte-coreano, o programa de enriquecimento de urânio é um exercício do direito legítimo de um Estado soberano para fins pacíficos.
Kim também acusou os Estados Unidos de usarem as atividades nucleares norte-coreanas para formar uma opinião "extremamente negativa" da Coreia do Norte na comunidade internacional.
Em novembro do ano passado, o regime de Pyongyang revelou alguns detalhes de um programa de enriquecimento de urânio cuja existência era suspeitada por Coreia do Sul e EUA há anos, e que se somaria a seu desenvolvimento nuclear com plutônio.
O regime comunista tinha negado empreender estas atividades até 2009, quando assegurou estar na "última fase" para a obtenção de urânio enriquecido.
As declarações de Kim Yong Nam acontecem pouco depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-il, acordar em reunião com o presidente russo, Dmitri Medvedev, considerar uma moratória em seus testes nucleares e desenvolvimento armamentista para conseguir a retomada das conversas multilaterais sobre seu desarmamento.
Este diálogo, do qual participavam, além das duas Coreias, EUA, China, Rússia e Japão, está estagnado desde o fim de 2008 pelo boicote de Pyongyang, que há alguns meses reiterou seu interesse em retomá-lo.
EUA, Coreia do Sul e Japão, porém, insistem que antes do restabelecimento das conversas o regime norte-coreano deve demonstrar uma vontade séria de desnuclearização.
A Coreia do Sul exige ainda um pedido de desculpas pelo afundamento, em março do ano passado, de uma de suas corvetas no Mar Amarelo, em incidente que causou 46 mortes, e por um ataque de artilharia em novembro contra a ilha de Yeonpyeong, onde quatro pessoas morreram.
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