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01/09/2011 - 18h09

Projeto de circuncisão de ministros divide governo do Zimbábue

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DA EFE, EM HARARE

Os membros do governo do Zimbábue se mostraram divididos perante o anúncio do domingo passado da vice-primeira-ministra, Thokozani Khupe, que todos os homens do gabinete de ministros deverão ser circuncidados "para dar exemplo" e tentar reduzir a taxa de infectados de HIV no país.

O ministro do Interior do Zimbábue, Giles Mutsekwa, declarou nesta quinta-feira que a ideia de circuncidar todos os ministros é "perfeita", embora apontasse que suas agendas concorridas poderiam representar um problema.

"Mas acho que é uma ideia que poderia ser colocada em prática", concluiu Mutsekwa, que explicou que Khupe informou a seus companheiros sobre a medida em uma recente reunião do gabinete na qual estava presente a maioria dos membros.

PARLAMENTARES

Alguns relatórios indicam que é possível que os membros masculinos do Parlamento também sejam forçados a passar pela circuncisão, ao que o legislador da localidade de Chiredzi Oeste, Moses Mare, reagiu nesta quinta-feira assegurando que se sentiria "confortável" com a medida. "Não posso opôr-me a algo que significa salvar vidas", disse Mare.

Tanto Mare como Mutseka pertencem ao mesmo partido de Khupe, o Movimento por Mudança Democrática (MDC), que se viu obrigado a formar um governo de unidade junto com seu partido rival, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) do presidente, Robert Mugabe, em fevereiro de 2009.

Apesar do apoio que a proposta recebeu por vários membros de seu partido, alguns de seus companheiros se mostraram contrários à circuncisão, como o ministro da Saúde, Moses Mzila-Ndlovu, que tachou a medida de "extrema".

"Se sou obrigado a fazer algo, estão violando o direito que tenho sobre meu próprio corpo" disse recentemente Mzila-Ndlovu em entrevista ao jornal zimbabuano "NewsDay".

Além disso, Didymus Mutasa, ministro de Estado que pertence ao Zanu-PF, afirmou que a circuncisão é algo pessoal.

"Nossos costumes são contra isso e deveria ser algo voluntário. Quem quiser a circuncisão que o façam", declarou Mutasa.

O Zimbábue iniciou uma campanha nacional de circuncisão há dois anos, e se estima que cerca de 30 mil homens já se submeteram a ela, centrada nos últimos meses especialmente nos maiores de 13 anos.

Segundo estudos médicos, a operação pode reduzir o número de contágios de HIV em até 60%, por isso que as autoridades zimbabuanas têm como objetivo circuncidar 1,2 milhão de homens até 2015.

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