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07/09/2011 - 16h43

Palestinos criticam EUA por negar proposta de novo status na ONU

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DA REUTERS

Os Estados Unidos estão mostrando "desdém" pelos árabes ao tentar evitar que os palestinos ganhem reconhecimento de estado nas Nações Unidas, disse uma autoridade palestina nesta quarta-feira.

Washington teme que a iniciativa palestina na ONU, que deve ser levada a cabo no final deste mês, pode desandar ainda mais o cambaleante esforço norte-americano de ressuscitar as conversas de paz, que azedaram no ano passado após uma disputa relacionada aos assentamentos judeus.

David Hale, enviado especial dos EUA para a paz no Oriente Médio, se reuniu com Mahmoud Abbas, presidente palestino, nesta quarta-feira, no mais recente gesto dos EUA para deter as manobras nas Nações Unidas, mas aparentemente não conseguiu incitar um reinício das conversas diretas com Israel.

"[O presidente] repetiu que a posição dos palestinos e dos árabes é ir às Nações Unidas, dado que o lado israelense ainda se recusa a reconhecer termos claros de referência e está construindo assentamentos", disse Nabil Abu Rdainah, assessor sênior de Abbas, à Reuters após o encontro.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repetiu nesta quarta-feira seu pedido para que Abbas volte às conversas de paz diretas e mantenha o roteiro.

"O importante é começar, continuar e completar as conversas", declarou o líder israelense.

Yasser Abed Rabbo, secretário-geral da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), disse que a política norte-americana agora parece confinada a um ponto: impedir que os palestinos embarquem na iniciativa diplomática nas Nações Unidas.

"A questão não diz respeito aos assentamentos ou à independência palestina ou aos direitos do povo palestino ou em deter as violações criminosas perpetradas pelos colonos contra o povo palestino", disse ele.

"Tudo isto está sendo ignorado, e o único assunto se tornou a questão de nós não irmos à ONU", afirmou ele à rádio Voz da Palestina.

"Isto mostra não somente desdém pela posição palestina, mas também desprezo pelo que está acontecendo na região árabe --um momento de reavivamento que busca justiça para os povos árabes e para toda a região".

Levantes populares derrubaram autocratas na Tunísia, no Egito e na Líbia este ano.

Argumentando que o processo de paz de duas décadas perdeu o ímpeto, os palestinos pretendem melhorar seu estatuto diplomático nas Nações Unidas, e apresentam a iniciativa como um passo rumo à igualdade de condições com Israel.

Como Washington, Israel se opõe à manobra, dizendo que ela objetiva minar sua própria legitimidade e que o Estado palestino só pode ser conquistado através de um acordo negociado.

POUCAS EXPECTATIVAS

Os palestinos buscam um estado independente na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental --territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967.

A última rodada de conversas de paz, que só durou algumas semanas, desmoronou em outubro passado por conta da expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Hale e Dennis Ross, alto funcionário da Casa Branca, se reuniram com Netanyahu e com o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, na terça-feira.

O encontro de Halle com Abbas se seguiu a uma conversa por telefone da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, com o líder palestino na terça-feira

Hillary exortou Abbas a "continuar a trabalhar duro conosco para evitar um cenário negativo em Nova York no final do mês", disse um porta-voz do Departamento de Estado, referindo-se ao encontro na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Indagado sobre a visita do representante dos EUA, Abed Rabbo disse: "Veremos hoje, mas nossas expectativas não são nada grandes, especialmente à luz do que ouvimos da posição norte-americana".

A oposição dos EUA à iniciativa na ONU irá arrasar qualquer pedido palestino para ser reconhecido como membro efetivo do organismo. Isto requer a aprovação do Conselho de Segurança, onde os EUA têm poder de veto.

Antecipando isto, autoridades palestinas disseram que também podem levar à Assembleia Geral uma resolução que elevaria sua posição de "entidade" para "estado não membro", o mesmo do Vaticano.

 

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