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08/09/2011 - 19h02

Força Naval turca escoltará barcos humanitários do país até Gaza

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DA FRANCE PRESSE

A Força Naval turca escoltará de agora em diante os barcos turcos que transportam ajuda humanitária a Gaza, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan.

A afirmação foi feita depois que Israel se negou a pedir desculpas pela morte de 9 ativistas turcos que estavam na flotilha que tentou chegar à Faixa de Gaza --submetida a um bloqueio israelense-- em 2010.

O Mavi Marmara fazia parte de uma flotilha ativista que levava ajuda humanitária a Gaza quando foi abordado por fuzileiros navais israelenses em alto mar, no Mediterrâneo, em 31 de maio de 2010. Os marines mataram a tiros nove turcos, incluindo um cidadão turco-americano, durante um combate a bordo.

"Os navios de guerra turco se encarregarão de proteger os barcos turcos que transportem ajuda humanitária à Faixa de Gaza", declarou Erdogan citado pela Al Jazeera.

"De agora em diante, não permitiremos que esses barcos sejam objetos de ataque por parte de Israel, como foi o caso da flotilha da Liberdade, então Israel enfrentará uma resposta adequada."

RECUSA

O chefe de governo israelense, Binyamin Netanyahu, reiterou no domingo (4) sua rejeição absoluta a se desculpar a Ancara pela morte de nove ativistas turcos no ataque por soldados de elite israelenses à pequena Frota da Liberdade em maio de 2010.

"Não precisamos nos desculpar porque os soldados se defenderam do ataque de ativistas violentos."

SUSPENSÃO DE LAÇOS

O premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou na última terça-feira (6) a suspensão total dos laços comerciais e militares com Israel, depois de reduzir o status das relações diplomáticas com o país.

"Laços comerciais, laços militares, relativos à indústria de defesa, nós estamos suspendendo-os completamente. Este processo vai ser seguido de diferentes medidas", disse Erdogan a repórteres em Ancara.

As novas medidas vieram apenas dias depois de Ancara lançar uma série de ações para penalizar Israel por sua recusa em se desculpar pela operação contra uma frota humanitária em 31 de maio de 2010 que tentava furar o bloqueio à faixa de Gaza. A ação deixou nove ativistas turcos mortos.

O chefe militar de Israel Amos Gilad havia dito que os laços militares com a Turquia, uma importante parceira de Israel na região, ainda estavam em efeito.

Nesta semana, o chefe do Banco central de Israel, Stanley Fischer, alertou contra as consequências econômicas de uma prolongada disputa com a Turquia, dizendo que a economia do país supera em muita Israel e cresce muito rápido.

"A economia turca está crescendo em um passo excepcional. Eles têm grande empreendedores e uma força de trabalho treinada na Europa. Turquia será um grande mercado na região e um grande exportador. As consequências de não ter relações comerciais com a Turquia serão custosas", disse.

RELATÓRIO

Uma investigação solicitada pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o ataque israelense a uma flotilha de bandeira turca que levava ajuda a Gaza em 2010 indicou que a ação de Israel foi "excessiva", de acordo com trechos publicados ontem pelo "The New York Times".

"A decisão de Israel de tomar o controle dos barcos com tamanha força, a uma grande distância da zona do bloqueio e sem aviso prévio, foi excessiva e nada razoável", concluiu o estudo, que foi coordenado pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer.

O documento indica ainda que a frota de seis barcos "atuou de maneira imprudente ao tentar forçar o bloqueio naval" de Israel em torno de Gaza, território palestino controlado pelo movimento islâmico Hamas.

O relatório --que ainda não foi divulgado oficialmente e que gerou uma crise entre Israel e Turquia-- indicou, entretanto, que o bloqueio israelense de Gaza está dentro das normas do direito internacional.

O estudo exorta Israel a emitir "uma declaração adequada de pesar" pelo ataque e estabelece o pagamento de uma indenização às famílias dos oito turcos e do americano de origem turca que morreram na operação, assim como aos feridos.

O porta-voz adjunto da ONU, Eduardo del Buey, disse na quinta-feira (1º) que o relatório será apresentado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "nos próximos dias", indicando que a confirmação da data de divulgação oficial será feita na sexta-feira.

A publicação deste relatório já havia sido adiada várias vezes este ano para permitir que Israel e Turquia normalizassem duas relações.

A Turquia julga o relatório "nulo e sem valor", segundo o presidente do país, Abdulá Gül.

O Hamas, por sua vez, considerou que o documento foi "injusto e desequilibrado", declarou um porta-voz do movimento palestino em Gaza.

Com agências de notícias

 

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