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No Brasil, estudantes misturam desinformação sobre o 11/9 com tolerância
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DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO
Um grupo de cinco alunos se reúne ao redor de uma fotografia de Osama bin Laden.
São estudantes da escola estadual Clarice Seiko Ikeda Chagas, na periferia de Interlagos. Um deles, por coincidência, é filho de palestinos.
"Você conhecia ele?", pergunta Ana da Silva, 11, apontando para a foto e depois para Sameir Dahonk, 11. Ele nega, todos riem. Rebeca dos Santos, 11, comenta: "Como ele era feio!". Mais risos.
A descontração divide espaço, na conversa, com a tentativa inicial de impressionar a reportagem da Folha.
"Sei que o número de mortes é de...", diz Rebeca, em tom de ditado. "Ei, também decorei isso!", briga Sameir. "Deixa eu falar meu texto", ela protesta. Depois, tira um papel do bolso e lê o resto.
Passado o constrangimento, o bate-papo com os alunos se direciona para o fato de que nenhum deles se lembra dos atentados -ocorridos quando acabavam de nascer.
Os estudantes têm opiniões moderadas. Condenam os atentados ("Não é porque sou árabe que vou achar que está certo", afirma Sameir), mas também desconfiam da participação dos EUA.
A maior parte do que sabem eles aprenderam depois da morte de Bin Laden, em maio. Também nessa época o tema foi discutido nas aulas do colégio Arquidiocesano, na Vila Mariana.
Na época, os alunos de ambas as escolas assistiram no YouTube aos vídeos dos atentados e se impressionaram.
Nicolas Fernandes, 12, já havia visto um documentário na televisão sobre o tema. "Tive de perguntar para minha mãe se era de verdade", diz.
Sem compreender os detalhes da história, os alunos concordam que não conseguem ter opinião formada.
"Não sei no que acreditar", diz Isabela Lombardi, 12, citando teorias conspiratórias.
"Eu fico em cima do muro", diz Nicolas. "Quem sabe os EUA já não sabiam que a economia ia para o buraco e quiseram pegar o petróleo?"
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