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Esquerda europeia enfrenta crise
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NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA
As atenções se voltam para a Suécia com a social-democracia de novo no poder na Dinamarca. As dificuldades do centro-direitismo alemão, às voltas com lenta recuperação econômica e complicações na zona do euro, ainda não alteram de modo significativo o quadro de baixas das esquerdas na Europa. O que acontece na Dinamarca pode começar a alterá-lo, em meio a fortes constrangimentos. Em 2010 o partido Social-Democrata da Suécia, ao lado, perdeu duas eleições consecutivas, depois de governar durante 65 dos últimos 78 anos.
Os votos conseguidos ficaram abaixo dos de 2006, o pior resultado desde 1920. Dinamarca e Suécia são exemplos em matéria de estados de bem-estar social, que reduziram a quase nada a pobreza na Europa, sem sacrifício das instituições democráticas. Um jornal sueco, o "Expressen", disse que com a derrota da social-democracia "caiu o estandarte da tolerância" e a democracia na Suécia ficou "refém de forças obscuras", beneficiárias do fantasma da xenofobia. Na Suécia 14% da população nasceu fora do país e outros 6% tem pais estrangeiros.
Analistas falam, no entanto, que o fator dominante na baixa das esquerdas na Europa é a incapacidade dos políticos europeus em lidar com uma nova classe média, menos disposta a sustentar os "mais do que generosos" estados de bem-estar social. Não se trata de algo acontecido da noite para o dia. O "declínio do admirado modelo sueco", de uma das sociedades mais civilizadas, liberais e inovadoras do mundo, aconteceu ao largo da última década.
A social-democracia foi golpeada tanto na Suécia como na Alemanha, França e Holanda. No momento, na União Europeia, só a Espanha, Grécia, Eslovênia e Chipre, e agora de novo a Dinamarca, têm partidos de esquerda no poder, solitários ou em coligações com parceiros, 27 ao todo. Há 10 anos, dos 15 países que na época compunham a União Europeia, 11 tinham governos social-democratas. O "declínio" continua vigente, em meio a expectativas pelo que possa acontecer na Suécia.
O centro-direita acaba de ganhar em Portugal e o centro-esquerda está em perigo na Espanha e Grécia. O caso alemão ainda se encontra longe de consolidar-se como um ponto de meia-volta. O centro-direita continua no poder na Alemanha e ainda falta ser testada a afirmação do PSD da Suécia de que irá na onda do PSD da Dinamarca, querendo até instituir o "Dia do Muçulmano" como indicação de que tampouco tem medo do "fantasma da xenofobia".
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