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FMI pede medidas mais enérgicas contra crise na zona do euro
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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu nesta quarta-feira fortes mudanças na forma como a zona do euro está lidando com a crise da dívida pública de alguns de seus membros.
Antonio Borges, chefe do programa europeu do FMI, afirmou que as medidas pela recuperação da região deveriam ser mais enérgicas e usar novas ferramentas. Segundo ele, o pode investir em bônus espanhóis ou italianos, nos mercados secundário ou primário, para ajudar a impulsionar a confiança do investidor.
O FMI reiterou um pedido feito ao BCE (Banco Central Europeu) para que ele baixe a taxa básica de juros da região em sua reunião de amanhã, e que reinstaure medidas extraordinárias de liquidez a longo prazo.
O Fundo quer ainda que a autoridade monetária do bloco mostre "um compromisso explícito" de que comprará a dívida dos países com problemas no deficit público enquanto for necessário, de acordo com informações do jornal "El País".
GARANTIAS
Segundo o FMI, os membros da zona do euro devem estabelecer garantias que cubram as perdas que podem ocorrer ao BCE por estas aquisições. O rebaixamento dos juros básicos da região deveria ocorrer caso os riscos de recessão e a inflação persistirem, avaliou.
Para reforçar o pedido, o órgão lembrou que o próprio BCE admitiu a freada na economia ao rebaixar em agosto suas projeções de crescimento. Borges afirmou que a crise da dívida entrou em uma "nova fase ampliada", o que requere "ações decisivas".
Os problemas enfrentados não permitem excluir, segundo ele, uma recessão mundial em 2012, agravada ainda mais pela desconfiança dos mercados. Por isso, as instituições devem colocar um fim às restrições de crédito motivadas pelas dúvidas em relação aos bancos europeus.
CRÉDITO
Caso a crise se intensifique, o FMI pede ao BCE que reestabeleça facilidades de liquidez a longo prazo antes vigentes na pior fase da crise financeira internacional. Por enquanto, o banco central já reativou leilões para aliviar as dificuldades de acesso ao financiamento.
"Recomendamos uma mudança na política econômica, que deixe de lado as medidas de austeridade e siga o exemplo das políticas de estímulo dos Estados Unidos e Reino Unido", afirma o FMI no relatório sobre a economia europeia divulgado em Bruxelas.
Ao mesmo tempo, o documento do Fundo afirma que os países da zona do euro devem resolver a crise da dívida e adverte os governos europeus que os programas de austeridade para reduzir o deficit prejudicam o crescimento.
A pressão para que o BCE abaixe os juros básicos, atualmente em 1,5% ao ano, vem aumentando nos últimos dias. Em abril e julho, a autoridade monetária, presidida por Jean-Claude Trichet, subiu a taxa 0,25 ponto percentual em cada reunião.
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