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Crise da dívida continuará após reunião da UE, adverte Berlim
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DE SÃO PAULO
DA FRANCE PRESSE
A reunião de cúpula da UE (União Europeia) de domingo em Bruxelas permitirá aos europeus progredir de maneira sensível para uma solução à crise da dívida, mas a questão não será resolvida de uma só vez, alertou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
Seibert disse que os líderes europeus não darão uma resposta rápida à crise da dívida na zona do euro, como indicaram autoridades de alguns países nas reuniões preparatórias para o encontro do G-20. Assim, o governo alemão jogou um balde de água fria sobre as perspectivas de que a cúpula alcançaria acordos importantes para enfrentar a crise.
De acordo com o jornal espanhol "El País", eram esperados avanços no processo de recaptalização dos bancos europeus e a aprovação do reforço do EFSF (sigla em inglês do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira).
"Os sonhos que estão sendo criados de que este pacote de medidas fará com que tudo seja solucionado e acabe na próxima semana não vão se tornar realidade", disse Seibert. "São etapas de trabalho importantes de um longo caminho no qual, com certeza, entraremos em cheio no próximo ano e devem haver mais medidas".
No próximo fim de semana, Merkel deve apresentar a política europeia do governo alemão ao Bundestag -- Câmara Baixa do Parlamento.
Os dirigentes europeus decidiram na semana passada adiar em alguns dias, até 23 de outubro, a esperada reunião de cúpula que tentará elaborar um plano para solucionar a crise da dívida que está se ampliando ao sistema bancário europeu.
A Alemanha também trouxe novas preocupações ao mercado com a divulgação de novas perspectivas econômicas negativas em relação à região.
O Bundesbank, banco central alemão, disse haver constatado uma piora nas previsões para o desempenho do país nos próximos meses por causa de das dificuldades para superar a crise da dívida na zona do euro.
"Para a indústria será difícil manter nos próximos meses o aumento do volume de produção do verão mediante medidas especiais pelo notável enfraquecimento da dinâmica da demanda", afirmou.
A economia alemã, locomotiva da zona do euro, se estagnou no segundo trimestre. O PIB da Alemanha cresceu apenas 0,1% no segundo trimestre respeito aos três meses anteriores, quando tinha experimentado um crescimento do 1,3%.
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