Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/10/2011 - 20h51

Sem primavera para os livros árabes

Publicidade

JOSÉLIA AGUIAR
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

Uma revolução no Cairo nos dias em que ocorreria sua tradicional feira do livro, uma das mais importantes do mundo árabe, levou os editores e livreiros da região à primeira grande baixa: 50% do negócio encolheu em seis meses.

Agora é outra crise que os leva a ter mais prejuízo, entre 30% e 50%, na Feira do Livro de Frankfurt, a mais importante no mundo, encerrada nesta quarta-feira: com aperto financeiro na Europa, desapareceram os imigrantes árabes que, a cada ano, buscavam ali os livros que dificilmente chegariam por outras vias.

"Para nós, que somos grandes, o impacto é menor. Mas para os pequenos editores, sim", disse Safwat Albaza, diretor-adjunto do grupo egípcio Al Ahram, que reúne jornal, editora e distribuidora de livros.

Menos pessimista, Bachar Chebaro, diretor de relações institucionais da Arab Scientific Publishers, no Líbano, diz que a feira não é para vender ao público. "Sempre foi, principalmente quando a liberdade é restrita, para mostrar uns aos outros editores árabes os livros que temos".

É caro vir até Frankfurt. Salhi Abderrahmane, gerente de marketing do selo argelino La Bibliothèque Verte, diz que 8 metros quadrados aqui custam € 4.000, o mesmo que 150 metros quadrados na Feira do Livro de Argel, a que tem maior publico no mundo árabe, 1,5 milhão de pessoas.

Apesar das dificuldades este ano, quase não se alterou a quantidade de expositores árabes, informa a Feira do Livro de Frankfurt: em 2010, foram 53 expositores, 60 co-expositores, 1.068 metros quadrados; em 2011, 59 expositores, 49 co-expositores, 1095 metros quadrados.

Outros dissabores atingiram o mundo islâmico em Frankfurt.

Os 16 editores que viriam da Síria não chegaram a tempo por problemas no visto de entrada no país. E os editores do Irã, que todos os anos ocupavam outra ala, foram colocados desta vez lado a lado com os árabes.

"Não temos nada a ver com eles. Nos colocaram aqui e nossos clientes não estão nos encontrando", reclamou Akbar Tohidlou, do iraniano Elmi Farhangi Publishing. Como Tohidlou, outros dois editores iranianos reclamaram do mesmo.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página