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Um dia após queda de Gaddafi, protestos voltam na Síria
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Forças de segurança sírias mataram nesta sexta-feira ao menos 13 pessoas durante protestos contra o ditador Bashar Assad, afirmaram grupos ativistas e moradores. A maioria das mortes ocorreram na cidade de Homs, no centro do país, e em Hama, no norte.
A morte do ex-ditador líbio, Muammar Gaddafi, estimulou protestos em várias partes da Síria pedindo a queda de Assad após o momento de orações de hoje, com a presença de oficiais de segurança mais pesada que o normal.
A organização OSDH (Observatório Sírio dos Direitos Humanos) confirmou a informação, dizendo que mais de metade das mortes foram em Homs, mas também houve registros de fatalidades em Hama e Deraa.
O movimento de oposição na Síria convocou a manifestação por meio de sua página no Facebook contra o regime do ditador e para homenagear a luta do povo líbio, no dia seguinte à morte de Gaddafi. "Chegou a sua vez Doutor", escreveram alguns opositores no Facebook em referência a Assad.
Relatos iniciais de ativistas apontaram que pelo menos dois manifestantes foram mortos por tiros disparados por forças de segurança que tentavam dispersar as manifestações em Homs.
A cidade de 1 milhão de habitantes tem sido palco de extensas operações militares para reprimir protestos regulares e a insurgência armada nascente, que surgiu depois de uma repressão implacável às manifestações pedindo mais liberdade política.
Os protestos continuaram por todo o país, desde a província meridional de Deraa até a setentrional de Idleb, passando por Damasco e seus arredores. Em Idleb, milhares de pessoas se uniram para realizar um dos maiores protestos da cidade. Durante a manifestação era possível ouvir muitas palavras de ordem em apoio à Líbia.
"Gaddafi está acabado. É a sua vez agora, Bashar!", gritavam manifestantes na cidade de Maaret Numaan, na província de Idlib, de acordo com uma testemunha. Gritos de "prepare-se, Assad!" podiam ser ouvidos em Tayyana, na província tribal de Deir al Zor, fronteira com a região muçulmana sunita do Iraque.
Com a morte de Gaddafi já são três os ditadores árabes que caíram após a derrocada do egípcio Hosni Mubarak e do tunisiano Ben Ali durante a Primavera Árabe.
Autoridades sírias afirmam que estão combatendo "grupos terroristas armados" em Homs que vêm matando civis, figuras proeminentes e soldados. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) mais de 3.000 pessoas, a maioria civis, já morreram desde o início das revoltas, entre elas 187 crianças.
Assad, um oftalmologista que herdou o poder de seu pai, que morreu em 2000, fortaleceu os laços com Gaddafi meses antes de a onda de levantes populares no mundo árabe contra as elites dominantes repressivas começar.
Os dois países fizeram uma série de acordos de cooperação e Assad posteriormente permitiu que uma estação de satélite sediada na Síria transmitisse mensagens de Gaddafi enquanto ele estava em fuga.
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