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27/10/2011 - 09h19

Kirchnerismo promoveu ciclo econômico virtuoso, diz especialista

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DA ANSA, EM SÃO PAULO

A morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner completa um ano nesta quinta-feira e seu legado político será lembrado principalmente por ter tirado o país de uma profunda crise financeira.

O cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) Aldo Fornazieri relembra que o ex-mandatário ainda tirou o país da moratória, "promovendo um ciclo de crescimento econômico que vem de 2003 a 2011".

"O governo de Néstor Kirchner se concentrou muito nos problemas econômicos internos da Argentina. Depois de uma sucessão de crises econômicas e políticas no período pós-ditadura, Kirchner encontrou um caminho de estabilidade", afirmou Fornazierri.

Kirchner, que ocupava o cargo de secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) quando morreu, iniciou sua carreira política em 1987, eleito prefeito de sua cidade natal, Río Gallegos, na província de Santa Cruz.

Ele também militou no movimento Juventud Peronista na década de 1970, ocasião em que conheceu sua esposa, a atual presidente Cristina Kirchner.

O sucesso de sua gestão na Prefeitura de Río Gallegos levou o Partido Justicialista (Peronista) a indicar seu nome como candidato nas eleições de governador da província de Santa Cruz, cargo para o qual foi eleito com 61% dos votos em setembro de 1991.

Sua política de administração, que previa uma maior intervenção do Estado nas questões públicas, diferenciou-se bastante da aplicada pelo então presidente Carlos Menem (1989-1999), apesar de serem do mesmo partido.

PROPOSTAS

Na campanha presidencial de 2003, as propostas de Kirchner se afastaram das feitas por Menem e Fernando de La Rúa, que presidiu o país entre 1999 e 2001, ganhando muitos adeptos entre os eleitores com os slogans "Um país levado a sério" e "Primeiro a Argentina".

No segundo turno do pleito, Kirchner ficou em segundo lugar, mas foi eleito automaticamente em maio daquele ano quando Menem retirou sua candidatura.

Para alguns, a manobra poderia ter tirado a legitimidade da eleição, já que o país passava por uma onda de revoltas populares que já haviam derrubado de La Rúa da Presidência pouco tempo antes.

Em 25 de maio de 2003, Kirchner assumiu o país, que contava com uma dívida de US$ 178 milhões. Seu governo, no entanto, restabeleceu a economia da nação, que durante seu mandato cresceu uma média anual de 8%, sendo que os índices de desemprego diminuíram cerca de 10%.

MEDIDAS

A argentina Silvia Cevasco relembra que, durante seu governo, Néstor Kirchner aumentou as aposentadorias e pensões, ajudando setores que geralmente eram deixados de lado.

"Além disso, ele tomou atitudes diante de organismos internacionais que vinham impondo modelos que já não serviam mais aos interesses do país e promoveu o Mercosul [Mercado Comum do Sul] e a união latino-americana", relembra Cevasco.

Após se negar a disputar uma reeleição, sua esposa Cristina foi eleita presidente em dezembro de 2007. Nos últimos anos de vida, ele representou o partido governista no Congresso.

Sua legenda, no entanto, sofreu uma derrota nas eleições de 2009, que o levaram a desistir da liderança do Partido Justicialista, cargo que reassumiu no ano seguinte, pouco antes de morrer.

Em 27 de outubro de 2010, ele faleceu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, após ter sido submetido a duas cirurgias de urgência em fevereiro e em setembro daquele ano.

 

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